Vivemos em uma era digital onde os dados se tornaram um dos ativos mais valiosos para qualquer setor econômico, e eu vejo o turismo como um dos mais impactados por essa revolução. O conceito de Big Data, que envolve a coleta e a análise de um volume imenso de informações, está transformando como tomamos decisões no turismo. Com a Inteligência Artificial (IA) e o aprendizado de máquina ganhando espaço, eu percebo que temos a oportunidade de oferecer serviços mais personalizados, melhorar a experiência do viajante e tornar as estratégias mais eficientes e sustentáveis.
O turismo sempre foi um setor orientado por informações sobre demanda, tendências e comportamento dos consumidores. Mas agora, com a revolução digital, estamos lidando com um volume de dados sem precedentes. Eu vejo postagens em redes sociais, pesquisas no Google, avaliações em sites como TripAdvisor e reservas em plataformas como Airbnb gerando um rastro digital que pode nos ajudar a entender melhor os viajantes e antecipar suas necessidades.
O Google aponta que 90% dos viajantes iniciam sua busca por serviços turísticos em plataformas digitais. Se uma empresa ou destino não estiver presente nessa etapa, dificilmente será considerada. Ao analisar esses dados, consigo identificar tendências, prever comportamentos e personalizar ofertas, tornando a experiência do turista muito mais rica.
Gosto muito do conceito de Destinos Turísticos Inteligentes (DTI), que vem ganhando espaço nos últimos anos. Dentre os nove eixos do DTI, a tecnologia se destaca como uma ferramenta essencial para os destinos turísticos, otimizando a gestão e ampliando a satisfação dos visitantes. Eu conheço iniciativas onde sensores são usados para monitorar fluxos de turistas e assistentes virtuais ajudam na recomendação personalizada de roteiros, algo que facilita muito a vida dos viajantes.
Um exemplo interessante é o trabalho da Telefónica Tech AI of Things, que analisa deslocamento dos turistas, tempo de permanência em determinadas regiões e picos de demanda. Com esses dados, percebo como é possível otimizar infraestrutura, marketing e logística para oferecer experiências mais agradáveis e bem planejadas.
Ao observar grandes empresas do turismo, vejo que elas já utilizam Big Data de maneira estratégica. Alguns exemplos que me chamam a atenção são:
- Airbnb: A plataforma analisa tendências de busca e comportamento dos usuários para sugerir preços dinâmicos, ajudando anfitriões a maximizarem ganhos e preenchendo acomodações ociosas.
- Google Travel: A IA e o Big Data são usados para prever quais destinos terão maior demanda em determinadas épocas do ano, auxiliando os viajantes no planejamento.
- Companhias Aéreas: Empresas como Delta Airlines e United utilizam análise preditiva para otimizar manutenções, evitando cancelamentos e atrasos.
- Destinos Inteligentes: Barcelona e Amsterdã já adotam tecnologias para redirecionar turistas e reduzir o impacto do turismo de massa.
Apesar de tantos benefícios, sei que a utilização do Big Data no turismo também traz desafios. Um dos principais é a privacidade de dados. Com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) no Brasil e o GDPR (General Data Protection Regulation) na Europa, as empresas precisam garantir o uso ético das informações coletadas, respeitando a segurança e o consentimento dos usuários.
Além disso, percebo que muitas empresas ainda não estão preparadas para lidar com esse volume de informações. A implementação do Big Data exige investimentos em tecnologia e capacitação profissional. Para se destacar, é essencial contar com especialistas em análise de dados e sistemas modernos de monitoramento.
Olhando para o futuro, acredito que veremos o Big Data cada vez mais integrado à Inteligência Artificial e ao aprendizado de máquina, tornando as previsões e as análises ainda mais precisas. Essa evolução permitirá compreender melhor os viajantes, otimizar serviços e tomar decisões mais inteligentes, aumentando a competitividade no mercado global. Destinos que souberem utilizar esses recursos de forma estratégica vão se diferenciar, atraindo turistas de forma mais eficiente e proporcionando experiências personalizadas.
Diante desse cenário, acredito que gestores públicos e privados precisam investir em tecnologias de análise de dados para garantir não apenas a sobrevivência de seus negócios, mas também a inovação e excelência nos serviços turísticos. No fim, quem souber aproveitar o poder dos dados terá uma vantagem competitiva imensurável na indústria do turismo. E eu, sem dúvidas, estarei acompanhando e aprendendo com essa revolução.
Ana Macêdo
Jornalista do Blog Minuto Turismo, Teóloga e
CEO - Chief Executive Officer
da Startup We Guide
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