Iniciativas de reabilitação e educação ambiental buscam preservar espécies e sensibilizar a comunidade
No dia (23) de maio é celebrado o Dia Mundial da Tartaruga, uma data que destaca a importância da conservação dessas criaturas marinhas e do meio em que vivem. A Paraíba é ponto de desova de várias espécies, com cerca de 19 mil nascimentos entre dezembro e janeiro, todos os anos. Ninhos são comumente encontrados nas areias dos bairros Jardim Oceania, Bessa, Intermares e Ponta de Campina.
Devido à intensa movimentação desses animais, muitos acabam encalhados nas praias ou presos em redes de pesca, por isso o apoio especializado e destinação correta são cruciais para a sua sobrevivência. O Centro de Reabilitação de Espécies Marinhas (CEREM), do Aquário Paraíba, é responsável por tratar, reabilitar e devolver esses animais à natureza. O local também é um importante centro de divulgação de conhecimento sobre as espécies e a preservação ambiental.
“A costa paraibana, apesar de seu encanto paradisíaco, é fortemente influenciada pela atividade humana”, aponta Thiago Nery, veterinário do CEREM. “Ainda que a tartaruga chegue debilitada por fratura ou ferida, em 90% dos casos o maior problema é a ingestão de lixo. Realizamos raio-x e ultrassom para diagnosticar e iniciar o tratamento adequado”, explica.
O impacto do lixo — Plásticos e outros resíduos causam lesões graves e bloqueios intestinais, o que tornam as tartarugas presas fáceis na natureza. “Isso é algo que vemos repetidamente e a conscientização sobre poluição é fundamental”, acrescenta.
Para Thiago, a conservação da espécie passa pela educação. Não se pode falar em conservação sem educação. Por isso, segundo ele, as novas gerações herdarão os problemas deixados pela atual, mas também as soluções. “O Aquário Paraíba desempenha um papel fundamental na sensibilização, especialmente das crianças, para a necessidade de preservar o meio ambiente. Mostramos os animais que preservamos, criamos uma conexão mais profunda para que assim elas entendam melhor o impacto das suas ações”, conta.
Um exemplo de trabalho do CEREM é a história da tartaruga Tataleia, um animal idoso e de tamanho descomunal que passou muito tempo no centro. “Ela precisou do auxílio do Batalhão de Polícia Ambiental para ser removida e levada até o raio-x, bem como adaptar o aparelho e fazer chapas de várias partes do corpo para depois montar. Conseguimos reabilitar e devolvê-la ao mar, foi uma satisfação muito grande e isso revigora as esperanças”, lembra.
Thiago acredita que a conscientização gera uma demanda positiva e aumenta o número de animais que recebem os cuidados necessários. “Esperamos que os turistas e moradores percebam o quanto somos privilegiados, porque não temos um oceano, mas uma escola a céu aberto. Que a população se conscientize e entenda que o ser humano também faz parte de tudo isso, porque também somos animais. Que possamos fazer a diferença ao trazer equilíbrio ao meio ambiente”, complementa o veterinário.
O Aquário Paraíba fica na rua das Lagostas, 140 — Praia do Seixas — João Pessoa e recebe visitantes de terça a domingo, das 9h às 17h. Os ingressos custam R$ 14,00 (meia entrada, para professores, idosos, militares, imprensa e crianças de 4 até 12 anos) e R$ 28,00 (Inteira/Adulto). Crianças até 3 anos, autistas e síndrome de Down têm a entrada gratuita. O telefone para contato é (83) 98620 – 1422 e o Instagram é @aquarioparaiba.
