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Primeiro dia do Festival de Parintins (AM) é marcado por uma cidade ansiosa e cheia de saudade

Após dois anos suspenso, Festival de Parintins volta a ser realizado no estado do Amazonas. Crédito: divulgação

MTur acompanhou de perto a movimentação do destino, que é a casa dos famosos bois Caprichoso e Garantido

O sol apareceu tímido no horizonte na última sexta-feira (24.06) e logo a cidade foi tomada pelo cheiro característico do café recém coado. Tudo parecia compor um dia normal e tranquilo, mas não. Não em Parintins (AM), pois após dois anos de pausa em razão da pandemia, a cidade viu o turismo renascer e o que parecia distante agora é realidade: o festival dos bois mais amados do Brasil está oficialmente de volta!

O azul e o vermelho tomaram conta de tudo e os tons dos bois-bumbás Caprichoso e Garantido refletiam a intensidade da saudade que ficou guardada por muito tempo. E não é para menos, pois além dos três dias intensos de festa, a estimativa para a semana do evento, que termina no domingo (26/06) é movimentar cerca de R$ 100 milhões e mais atrair 78 mil visitantes no destino, que tem uma população de cerca de 116 mil habitantes.

Ainda de acordo com a Secretaria de Turismo de Parintins, cerca de 10 mil empregos diretos e indiretos também devem ser gerados no período. Um marco para a cidade e, principalmente, para toda a cadeia do turismo que se beneficia com o retorno da festividade.

O ministro do Turismo, Carlos Brito, destaca a importância do evento para o Brasil. “Ele mostra a força da cultura e folclore do Norte que são riquíssimos. O turismo do nosso país merece uma retomada em grande estilo e Parintins nos ajuda a coroar esse momento!”, destacou Brito.

Representando o Ministério do Turismo, o secretário nacional de Desenvolvimento e Competitividade do Turismo, Fábio Pinheiro, acompanhou a abertura da festividade na noite da última sexta-feira. “Após dois anos de uma pausa forçada, o Festival de Parintins voltou ainda mais forte e nós, do Ministério do Turismo, não poderíamos estar fora dessa festa. Sempre ressaltamos o enorme potencial dos grandes eventos para a geração de emprego e renda para o nosso povo e o Festival de Parintins é exemplo disso”, ressaltou Pinheiro.

A cozinheira Nayme Neves avalia que, após a pausa imposta pela pandemia, muitos jovens estão aproveitando a oportunidade como primeiro emprego. “É o momento deles e é lindo assistir a cidade se movimentando. Estamos preparados para o evento e quero que os turistas venham, se divirtam e conheçam a nossa cultura que está se expandindo para o mundo”, afirma.

Cultura esta que também foi destacada pela secretária de Turismo do destino, Karla Viana. “Não existe Parintins sem os bois e nem os bois sem Parintins. A cidade vive para o festival e o retorno financeiro sustenta todo o trade turístico, pois ele ganha em uma semana o que provavelmente ganharia no ano todo. Esse festival, com certeza, é o maior de todos os tempos”, comemora Karla Viana.

BOIS COMEMORAM O RETORNO – Mencius Melo, diretor-geral do Garantido, visivelmente emocionado, tentou colocar em palavras a sua relação com o boi vermelho: “é eterna, visceral, única e apaixonada. Sobrevivemos os últimos dois anos chorando a cada perda de companheiros nossos, e até do Contrário (sinônimo dado ao rival, pois um boi nunca chama o outro pelo nome), que eram valorosos e nos ajudaram a construir essa festa. Mas hoje sei que estão cantando no céu e nos dando forças para que a gente faça um grande espetáculo”, disse.

Kennedy Prata, chefe de equipe do Caprichoso, afirma que o contato com o boi azul vem de berço e dedica os seus dons artísticos a ele. “É muito bom finalmente voltar e contar com o apoio de toda a equipe. Comparam o nosso festival ao Carnaval, mas se chegam a comparar, é porque mesmo distantes em localização, somos muito grandes”, aponta.

AS PRIMEIRAS APRESENTAÇÕES – A ansiedade dos organizadores, moradores e turistas era quase palpável. Nas filas quilométricas que davam acesso ao Bumbódromo, a população se aquecia cantando as toadas (músicas compostas para o evento) com emoção e, lá dentro, a atmosfera parecia pertencer a outro mundo e o público viu de tudo um pouco: show de pirotecnia, alegorias gigantes com cores vibrantes, guindastes transportando atrações, flyboard e até o voo de um integrante em um drone gigante.

O Garantido, dono de 32 títulos e campeão da última edição em 2019, abriu o espetáculo com alegorias e atrações de tirar o fôlego e a Galera – nome dado à torcida – respondeu à altura com um ballet de mãos para o alto que se movimentavam em sintonia com as toadas e, também, com o uso de vários objetos que tornaram a apresentação ainda mais emocionante.

O mesmo ocorreu com o Caprichoso, detentor de 23 títulos, que se manteve em total silêncio durante a apresentação do rival – qualquer interrupção resultaria em penalização. Nos três dias de festa, cada boi tem 2h30 de apresentação para encantar a arquibancada e os jurados.

Ao todo, 21 itens são avaliados e a soma das notas é revelada no dia seguinte ao da última apresentação. “Esse boi é tudo para mim. Sou apaixonada por ele e virei assisti-lo até o dia em que Deus me levar”, disse Christiane Rodrigues, autônoma e torcedora do Caprichoso. Ela, inclusive, acampou na fila durante três dias para ser a primeira a entrar no Bumbódromo.

“Estou aqui pela segunda vez, mas agora vim mais preparada e com as toadas na ponta da língua. Parintins é belíssima e esse festival precisa ser cada vez mais divulgado aqui porque muitos sequer conhecem e no exterior também”, ponderou a apresentadora e ex-bbb Ana Clara Lima.

MTur

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