A estratégia tem sido base para o desenvolvimento de novos projetos de turismo na região
Consolidado com um dos principais destinos de Minas Gerais, a Região Turística da Serra do Cipó vem ganhando destaque nos projetos de qualificação para o turismo. Sejam desenvolvidos por iniciativas locais ou por meio de parcerias, tais projetos têm ajudado a região a conduzir o turismo por um caminho cada vez mais responsável e sustentável.
“A qualificação é a base para que o desenvolvimento responsável e sustentável aconteça. A partir da qualificação é possível estruturar uma base sólida para uma comunicação e estabelecer um ambiente colaborativo”, explica Lucas Xavier, um dos gestores da Instância de Governança Turística (IGR) do Circuito Serra do Cipó, órgão gestor do turismo local.
Esses projetos têm como desafio lidar com a diversidade de realidades dentro da própria região turística, que atualmente conta com 9 municípios. Boa parte do fluxo de turistas que visitam a Serra do Cipó se direcionam a pequenas comunidades, que precisam se entender como parte da atividade para receber melhor os visitantes. Esse é um dos objetivos do projeto “Qualificação Para o Turismo”, desenvolvido pela IGR.
“Nesta fase, estamos trabalhando juntos com Cabeça de Boi, em Itambé do Mato Dentro e Altamira, em Nova União. Os encontros têm o desafio de despertar as estratégias, o trabalho coletivo e corresponsabilidade entre os interessados em desenvolver o turismo, e principalmente clarear “Qual turismo queremos para nosso destino?”, esclarece Lucas.
A qualificação é tão importante para a gestão do turismo na região que aparece até como uma das estratégias do “Plano de Marketing da Região Turística da Serra do Cipó”, lançado no último dia (10) de dezembro.
A ideia é que, por meio da qualificação, talentos locais sejam trabalhados e passem a incrementar as experiências turísticas e diversificar a oferta de produtos turísticos da região, gerando mais renda para as comunidades.
O plano aponta, ainda, outros projetos e uma ordem de ações para alcançar um desenvolvimento do turismo mais responsável e sustentável para a Serra do Cipó.
Parcerias para Qualificação – Apesar da aposta, o período de pandemia impôs algumas dificuldades para o andamento das qualificações. Segundo Lucas Xavier, os cursos tiveram que ser paralisados até que fosse possível trabalhar presencialmente nos distritos turísticos. No entanto, essa também foi uma oportunidade para ampliar parcerias.
Uma destas instituições parceiras foi o Instituto Vivejar, organização sem fins lucrativos que busca promover turismo responsável no Brasil. Em 2020 e 2021, 33 gestores e conselheiros da IGR Serra do Cipó participaram do Curso de Turismo Responsável, do Módulo 2 – destinos turísticos responsáveis, criado e ofertado pelo Instituto Vivejar.
Valéria Lage, servidora pública no município de Jaboticatubas (MG), foi uma delas. Durante o curso ela pode apresentar e ouvir contribuições de especialistas para o projeto de estações de apoio aos ciclistas que visitam a região na Mini Vitrine do Turismo Responsável do Módulo 2.
“A prefeitura identificou que tem uma demanda de ciclistas que fazem trilhas na região, então a gente identificou que seria interessante abrir um leque de opções para eles. Em geral as pessoas que buscam a cidade, buscam por conta do turismo de natureza, turismo rural, práticas de esportes voltadas para o contato com a natureza, então a gente pensou em fazer essas estações”, contou ela na ocasião.
O projeto prevê a implantação de pontos de encontro, estacionamento, painel informativo com mapas da região, entre outros detalhes. Os roteiros e os pontos onde há essa demanda já foram mapeados e agora o projeto aguarda a liberação de recursos para ser implantado.
“Quando Marianne Costa e eu imaginamos o curso e o desenhamos, tivemos a preocupação central de ser um curso que promoveria resultados para todos que participassem – e daí o nome do curso: ‘tirando seu projeto do papel’. Para nós é uma enorme alegria ver que os projetos tirados do papel incluem investimentos estruturantes de destinos como na Serra do Cipó”, explica Gustavo Pinto, Presidente do Instituto Vivejar
Para a Diretora Executiva do Instituto Vivejar, Marianne Costa, é muito gratificante ver os cursos contribuindo para que os gestores da Serra do Cipó possam se preparar para a tomada de responsabilidades.
“Eu acho que esse é o caminho. Mesmo que ele seja um caminho de médio e longo prazo, não há como inovar, não há como fazer diferente, se não for através da tomada de responsabilidade , da qualificação, da sustentabilidade, e do impacto positivo. Ou seja, através do turismo responsável”, defende.
Segundo Lucas Xavier, parcerias como essa, vem colaborar com o papel desempenhado pela IGR de assessoramento sobre políticas públicas. Para ele, é importante que equipes municipais envolvidas com o turismo estejam alinhadas e tenham conhecimento básico sobre políticas públicas e os meios de desenvolver o turismo.
“O curso facilitou e deu base para o entendimento dos gestores municipais e conselheiros de turismo, sobre os possíveis meios para que o desenvolvimento do turismo em seus municípios seja conduzido de maneira responsável e sustentável”, acrescentou.
O Instituto Vivejar é uma organização sem fins lucrativos que atua em prol do turismo responsável desenvolvendo pontes entre todos aqueles que estão envolvidos na atividade turística com o objetivo de tornar lugares melhores para se viver e se visitar – nesta ordem!
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