por Regina Amorim,
As tendências são pontos de ligações essenciais entre os contextos socioculturais e o mercado, guiando para uma visão estratégica do futuro. Os processos “cocriativos”, através da colaboração de pessoas, aceleram novos produtos, serviços e negócios inovadores.
Precisamos compreender como as tendências podem nos ajudar em diferentes setores. Tendência é algo abstrato e em constante transformação, um reflexo de mentalidades que impacta as dinâmicas de consumo. É importante destacar que, em qualquer sociedade há uma certa linguagem, cultura e senso comum que são compartilhados como corretos ou normais. Estamos falando do “espírito do tempo”. Ele se refere ao conjunto de ideias, crenças, comportamentos e influências que caracterizam uma determinada época. As temáticas que direcionam o espírito do tempo atual, contribuem para o entendimento dos fenômenos culturais e podem indicar, com maior antecedência, os processos de mudanças emergentes.
As tendências estão associadas a uma visão social, cujos valores são mais tradicionais ou de vanguarda. O medo, as crises, as lembranças do passado são valores conservadores ou tradicionais, enquanto inovação, tecnologia, tempo e aceitação são valores emergentes ou de vanguarda.
As tendências setoriais ou microtendências estão mais presentes em determinados setores, tais como: na saúde, no turismo, na beleza, nos estilos de vida, na política, nos serviços, na economia. Tendência e inovação que não mudam com o passar dos tempos, deixa de ser tanto tendência quanto inovação, porque tendência ou inovação estão sempre em constante movimento.
A origem da inovação está pautada na criatividade humana. Somos todos criativos e se alguém não se considera criativo, é porque ainda não sabe o que a criatividade envolve. Por trás de uma estratégia de inovação bem-sucedida está uma cultura organizacional que estimula a inovação e a criatividade, integrando pessoas e viabilizando a colaboração.
Alguns autores identificam cinco eixos catalizadores de processos de inovação: tecnologia, ideias, invenções, criatividade e mercado. Identificar uma oportunidade de mercado é reconhecer necessidades que ainda não foram supridas e que podem gerar impacto positivo na sociedade. Da mesma forma que a necessidade de uma empresa, pode ser a de outras também, e isso pode se tornar mais um novo produto no mercado. Novas tecnologias quando combinadas com as necessidades invisíveis ou não aparentes, podem gerar uma inovação, que transforme sua empresa.
Vale considerar que, “o encantamento com a tecnologia e a experimentação de curto prazo, sem propósito estratégico, não levam a um caminho sustentável de inovação no longo prazo”, segundo Julie Posetti, pesquisadora do Instituto Reuters e da Universidade de Oxford.
A inovação faz parte do processo produtivo dos segmentos da economia criativa, como a literatura, a moda, as empresas fonográficas e cinematográficas, as artes visuais, o design, as artes midiáticas. Todos os negócios criativos têm origem na criatividade, habilidade e no talento, produzindo resultados humano e subjetivo.
No campo das ciências econômicas ela compreende várias áreas do conhecimento: negócios criativos, tecnologia e ciências sociais. As artes midiáticas têm como característica a produção cultural criativa e intelectual de um produto intangível. O jornalismo também faz parte dos negócios criativos em que a inovação é a condição para o sucesso. Whatsapp, Instagram e outras plataformas digitais, não foram criados para o jornalismo, mas impactam a forma e o fazer jornalístico, como catalisadores de inovação.
Um espaço de colaboração e criação, projetado para oferecer as condições mais favoráveis para a inovação dentro de uma empresa é o que denominamos de laboratórios de mídia. É o ambiente para se criar futuros, inovar com foco nas pessoas e na cultura de experimentação e colaboração. Uma das características fundamentais de um laboratório de mídia é a criatividade e a colaboração. Torna-se fundamental criar a sinergia entre o social, a tecnologia e a cultura organizacional, em um ambiente que estimula ideias e transforma criatividade em inovação.
Regina Medeiros Amorim
Mestre em Visão Territorial e Sustentável do Desenvolvimento,
Pós-graduada em Gestão e Marketing do Turismo,
Gestora de Turismo e Economia Criativa do SEBRAE – Paraíba