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Clija Chait faz nome no universo da alta gastronomia

Empresária Clija Chait_- Crédito Karina Pires/Divulgação

Clija Chait é exemplo de protagonismo nordestino em terras estrangeiras. Quando se trata de alta gastronomia, a empresária vem ganhando cada vez mais espaço e nos últimos anos tornou-se sócia de alguns dos maiores restaurantes da Califórnia, tais como: Tesse Restaurant, Mian Taste, Tartine Bakery e uma das mais renomadas lojas de vinhos de Los Angeles, Boutellier Wines

Hoje, ao lado do renomado restauranteur americano com mais de 30 anos de experiência, Bill Chait, com quem é casada, Clija está à frente de mais de 20 empreendimentos nos Estados Unidos e Coreia do Sul, entre restaurantes, bares, loja de vinhos e padaria.

Grandes chefs, muitos deles com estrelas Michelin, estão à frente das cozinhas de seus restaurantes, como o Raphael Francois, chef renomado que já conquistou duas estrelas Michelin, e que está à frente do bem sucedido Tesse, que tem como especialidade a cozinha rústica Mediterrânea e tem sido um dos restaurantes mais frequentados do momento em West Hollywood.

A Tartine Bakery, uma das marcas mais poderosas administradas pelo casal Chait com avaliação financeira de quase 200 milhões de dólares e atualmente opera cinco unidades na Baía de São Francisco, três em Los Angeles e quatro em Seul, na Coreia do Sul. A marca é famosa pelo seu pão único e receitas que unem a tradição de usar grãos antigos ao propósito de nutrir através de boas e deliciosas refeições. “A Tartine é uma das marcas mais promissoras no ramo de gastronomia norte-americano, a história do nascimento e da criação da marca circula pelos quatro cantos do mundo”, enfatiza Clija Chait.

E mesmo diante de um cenário de pandemia, o casal conseguiu expandir seu negócio abrindo novos restaurantes, um deles foi o Mian, restaurante de culinária chinesa ao estilo Sichuan (província da China). A marca, que tem como chef Tony Xu, possui oito unidades, localizadas em Los Angeles, Las Vegas e Havaí e traz os sabores milenares chineses com tigelas fartas de macarrão com toques apimentados.

Ao lado do premiado chef brasileiro, Rodrigo Oliveira, outro empreendimento que Clija inaugura, em Los Angeles, é o restaurante Caboco, com comida e tempero genuinamente brasileiro. O Caboco tem como conceito celebrar a incrível diversidade das cozinhas regionais do Brasil, do Nordeste à Amazônia.

Em seu cardápio será apresentada uma mistura de ingredientes locais com sabores brasileiros, num projeto voltado para o público jovem e adulto e que vai mostrar o melhor da hospitalidade brasileira de uma forma jovem e moderna. Também será apresentada a cultura dos bares brasileiros, com uma variedade de bebidas refrescantes, frutadas e provocantes, incluindo a nossa famosa “caipirinha”.

Ainda para este ano, o casal tem projetos audaciosos como a inauguração do restaurante Fannys, que funcionará no Museu do Oscar, o Academy Museum of Motion Pictures, em Los Angeles. Com abertura prevista para outubro de 2021, o restaurante não será apenas um lugar para comer e ser visto, mas um lugar que trará a elegância da velha Hollywood ao ritmo dos agitadores da indústria mais criativa do mundo.

De Cerro Corá para o mundo

Clija é uma nordestina de Cerro Corá, interior do Rio Grande do Norte, que aos 18 anos se mudou para a capital Natal, onde teve suas primeiras experiências de trabalho na área da gastronomia trabalhando em bares, fazendo e servindo coquetéis, depois passou para a parte administrativa da gestão de restaurantes. Aos 24 anos foi morar em São Paulo, cidade que lhe abriu um mundo de possibilidades nesse ramo. Na época, trabalhou na administração e gestão de restaurantes italianos.

Em 2016, ela foi viver em Los Angeles e, além de ser empresária no ramo de gastronomia, promove eventos para grandes marcas de grifes internacionais ligadas ao mundo fashion. Clija também possui um estilo de se vestir que vai do elegante ao ousado e com isso se tornou uma referência na moda para muitos em Los Angeles. “Sinto que o que vestimos diz muito sobre nós. Sempre busco me reinventar. Isso é algo bem marcante para mim, pois não gosto de me vestir como todos e de usar o que todos usam. Tenho meu estilo próprio”, afirma.

Gastronomia de raiz

Da sua infância em Cerro Corá, Clija lembra com frequência das primeiras experiências com a gastronomia nordestina e que ainda inspiram a sua forma de cozinhar, que foi influenciada principalmente pelos seus avós Ana Maria e João Duarte, aos quais carinhosamente se refere como mãe e pai.

“Vivi uma infância linda, criada pelos meus avós, onde tive o prazer de aprender com eles sobre a gastronomia nordestina. A minha visão de gastronomia sempre foi de usar o pouco que temos e transformar em algo bem apresentável e extremamente saboroso. Os ensinamentos deles foram minha base. Com orgulho, uso aquelas técnicas até hoje, não só ao cozinhar, mas também ao passar a experiência gastronômica que acredito para clientes, amigos e familiares. Nada me alegra mais do que ver a casa de uma família com a mesa farta. Nós, que vivemos períodos de seca no sertão, valorizamos cada grão. Sinto saudades das nossas iguarias nordestinas, mas me completo também vivendo, aprendendo e degustando em novas gastronomias com as quais tenho trabalhado”, afirma.

Das mais marcantes e antigas lembranças de terras potiguares, Clija lembra com frequência de quando cozinhava com a mãe no Sítio Canoas, onde se deu o contato inicial com a gastronomia nordestina. “Ali nós cozinhávamos com o que a natureza nos proporcionava. Aprendi a pescar manualmente fazendo mergulho, a fazer pipoca em panela de barro e, por falta de ingredientes, como óleo, por exemplo, a fazer pipoca com areia. Com certeza o prato típico que sinto mais saudades é “um feijãozinho verde com arroz de leite e uma carne seca feita no pilão”. Tudo feito a mão e com ingredientes apanhados no quintal de casa como meu pai fazia. A base do que sei fazer aprendi com meu pai e minha mãe na minha infância, com orgulho uso aquelas técnicas até hoje, não só ao cozinhar, mas também para passar a experiência gastronômica que acredito para clientes, amigos e família”, lembra saudosa.

Clija, apesar da distância, mantém um forte elo com sua terra onde seus pais e vários familiares moram e o intuito de voltar e poder ajudar e inspirar jovens e adultos que assim como ela são filhos de agricultores e não tiveram a oportunidade de ver um mundo além do que o sertão proporciona. “Cerro Corá sempre será minha casa, me lembro com carinho e chego a me emocionar com as histórias de superação e dificuldade que vivi durante a minha infância. Lembro-me das pessoas que me deram a mão, me ajudaram e me levantaram para que eu conseguisse alcançar meus sonhos e objetivos”, recorda.

Em Cerro Corá, a empresária mantém a Biblioteca Vivaldo Pereira desde 2018, que no momento está passando por reestruturação. “Fui convidada por Alizandra Assis, pedagoga e minha madrinha, para ser Embaixadora da Leitura da cidade. Junto com o convite veio à idealização desse projeto de leitura que hoje possui um incrível acervo de livros. Meu intuito é levar para a cidade as experiências educativas que tenho vivido pelo mundo. No momento estamos reestruturando o projeto “Espaço da Leitura” e fazendo algumas mudanças. Entre nossos planos está a abertura da primeira galeria de arte da cidade com reproduções de obras de Michelangelo, Monet, Picasso, Van Gogh, dentre vários outros artistas, inclusive obras de artistas locais”, explica.

Cidade dos Anjos

Chegando a Los Angeles, Clija Chait demorou um tempo para se adaptar a língua e os costumes da sociedade norte-americana. “Com o tempo entendi que a forma mais eficaz de aprender e me educar era voltar para a universidade. Então fiz dois anos de College e um curso de extensão em contabilidade em uma das faculdades mais renomadas da Califórnia, UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles). Após um período de dois anos e meio estudando, comecei a trabalhar internamente dentro da nossa empresa. Hoje me olho e sinto orgulho de tudo que conquistei até aqui, me posiciono com confiança e sinto que represento nossos negócios e marcas de forma genuína”, afirma.

Clija explica que Los Angeles é uma das áreas urbanas mais diversificadas do mundo, com centenas de culturas representadas na região. E que, especificamente na área de gastronomia, lá estão alguns dos maiores chefs de cozinha. Para uma brasileira, que busca levar um pouco do Brasil para os americanos, apresentar a gastronomia nordestina é um privilégio.

“Uma das minhas paixões é cozinhar, de forma despretensiosa, para meus amigos. Trazer um pouco do que a culinária brasileira tem como: o arroz de leite, a buchada de bode, a feijoada, a moqueca e muito mais para uma cultura completamente diferente,  é desafiador e ao mesmo tempo prazeroso. Sempre que apresentamos um pouco da cultura brasileira e nordestina, me senti acolhida, respeitada e prestigiada. As pessoas são curiosas, estão sempre buscando o novo e dando oportunidade aos pequenos e grandes restaurantes. De certo modo nossa gastronomia é bem diferente do que eles estão acostumados, mas eles recebem os sabores e texturas sempre muito bem”, afirma.

Los Angeles também é o recanto de muitas celebridades e algumas delas fazem parte do círculo de amizade do casal Clija e Bill Chait, entre elas estão: artistas, cineastas e produtores de Hollywood, músicos, médicos renomados e grandes investidores.

Assessoria de Imprensa

 

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