A partir última terça-feira (2), o Café do Caparaó teve sua Indicação Geográfica (IG) oficialmente registrada ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Esta é a primeira IG do Espírito Santo na modalidade Denominação de Origem
O Café do Caparaó teve sua Indicação Geográfica (IG) oficialmente registrada nesta terça-feira (2), junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A partir de agora, esse café possui seu registro na modalidade “Denominação de Origem” (DO), destacando a qualidade e notoriedade do café produzido no Caparaó. Esta é a primeira IG do Espírito Santo na modalidade Denominação de Origem.
O trabalho que culminou no registro foi estruturado pelo Sebrae/ES, em conjunto com diversos parceiros, como Incaper, Ifes, Caparaó Junior, Emater/MG, Embrapa, Ministério da Agricultura, Sicoob, prefeituras, entre outros, com consultoria do Instituto Inovates.
O processo de estruturação de uma DO demanda vários documentos técnicos/científicos, projetos e estudos para comprovar a vinculação do produto daquele território específico ao meio geográfico, ao chamado “terroir”, bem como a influência que os saberes, a cultura da região exerce sobre o produto final.
“A Indicação Geográfica demonstra todo o reconhecimento que o café do Caparaó merece. A região possui aspectos naturais e humanos que a diferenciam de outras e, assim, produz um café único e especial. Esse reconhecimento vai trazer diversos benefícios, não só para os produtores, da IG, como também para o desenvolvimento do território como um todo, seja por meio do turismo de negócios, de experiência, do agroturismo, seja por meio de outros serviços vinculados a ele, à região”, afirma o superintendente do Sebrae/ES, Pedro Rigo.
Entre os diversos benefícios da formalização do registro, além da valorização do produto e da região, há a promoção junto ao mercado internacional. O acordo Mercosul União Europeia, por exemplo, uma vez firmado, possibilitará o reconhecimento mútuo das IG das partes envolvidas, trazendo ganhos para as IG nacionais.
Para o produtor e presidente da APEC (Associação dos Produtores de Cafés Especiais do Caparaó), Jorge Araújo Santos, esse reconhecimento é um marco na cafeicultura da região e também para os produtores. “Nós temos um produto de qualidade, com ‘terroir’ diferente, que vai conquistar ainda mais o Brasil e o mundo, como já vem conquistando seu espaço e seu lugar. Esse é um ganho para todos nós, e vai contribuir para o crescimento da região. Desde 2014 trabalhamos para conquistar esse reconhecimento e chegou esse dia tão esperado. Estamos muitos felizes com essa conquista”, afirmou Jorge Araújo. A APEC é a representante dos produtores locais junto ao INPI e responsável pela gestão desta Identidade Geográfica.
A área geográfica da Denominação de Origem do Café do Caparaó envolve dez municípios do Espírito Santo e seis de Minas Gerais. Do lado do Espírito Santo temos Dores do Rio Preto; Divino de São Lourenço; Guaçuí; Alegre; Muniz Freire; Ibitirama; Iúna; Irupi; Ibatiba e São José do Calçado. Atravessando a fronteira mineira, temos: Espera Feliz; Caparaó; Alto Caparaó; Manhumirim; Alto Jequitibá; e Martins Soares.
O projeto para a Denominação de Origem do Café do Caparaó não é o único envolvendo os cafés capixabas. O Conilon ES e as Montanhas Capixabas também reivindicam o selo da Indicação Geográfica e avançam nas etapas exigidas para obter a certificação.
Assessoria