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Estácio dá início ao desfile do Grupo Especial na Sapucaí

Rio de Janeiro - Escola Estácio de Sá é a primeira escola a entrar na Sapucaí,leva à avenida enredo sobre São Jorge (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Neste domingo (23) sete escolas vão passar pela Marquês de Sapucaí abrindo os desfiles do Grupo Especial, considerado a elite do carnaval carioca. Entre agremiações campeãs e vice-campeãs, carnavalescos experientes e estreantes e enredos questionadores, o público vai poder assistir temas diferentes que apresentam questões atuais e história.

A primeira Escola de Samba a entrar na Marquês de Sapucaí será a Estácio, que carrega a tradição, porque tem sua origem na Deixa Falar (apontada por especialistas, como a primeira escola de samba do Rio).

A vermelho e branco foi campeã no ano passado no grupo da Série A e ganhou o direito de voltar ao Grupo Especial. A escola que, em 1992, conquistou o seu único campeonato com Paulicéia Desvairada, 70 anos de Modernismo no Brasil, agora, no retorno, quer disputar o título com o enredo Pedra. Para isso, conta com a carnavalesca Rosa Magalhães, uma colecionadora de sete campeonatos pelo Império Serrano, Imperatriz Leopoldinense e Vila Isabel.

O texto do enredo indica que para o ser humano, a pedra representa a permanência do tempo. A história passa por Minas Gerais com a exploração de diamantes e outras pedras preciosas sob o controle da Coroa Portuguesa. Dentro do enredo essas foram as primeiras pedras que o país trilhou.

Na sequência, ainda em Minas, um destaque para o poeta Carlos Drummond de Andrade, que nasceu e cresceu em Itabira. Do seu quarto, gostava de observar o perfil montanhoso do lugar. Ele não é o único, o enredo lembra ainda de outro mineiro, o escritor Guimarães Rosa. O enredo passa também pela Serra dos Carajás, que recebeu o nome de seus antigos moradores: os índios Carajás. No encerramento, uma lasca coletada na Lua conduz a história para mostrar que a Terra vista de longe é azul, mas questiona: Até quando?

A carnavalesca está confiante na recepção do público. “Divirtam-se bastante. O carnaval é um mistério. Acredito que o povo é que vai dizer se gostou ou não gostou. Mas acho que vão gostar”, disse Rosa para quem a mensagem do enredo será interpretada conforme o ponto de vista de cada pessoa. A colecionadora de títulos completou que todas as escolas querem ganhar. “Pode perder ocasionalmente, mas não é a vontade de ninguém lá dentro”, concluiu.

A Viradouro é a segunda na avenida será a vermelho e branco de Niterói, que foi vice-campeã no ano passado, depois de ter subido da Série A em 2018, e vem em 2020 com o enredo Viradouro de Alma Lavada, desenvolvido pelos carnavalescos Marcus Ferreira e Tarcísio Zanon. A agremiação vai exaltar este momento de ascensão, mas também a força Bando das Ganhadeiras, lavadeiras de Itapoã, na Bahia, que, musicalmente, resgatou a memória de suas ancestrais.

A terceira Escola a entrar na Marquês de Sapucaí é a Mangueira, com o enredo A Verdade vos Fará Livre, que a Estação Primeira de Mangueira quer conquistar o bicampeonato. A verde e rosa vai trazer como personagem principal Jesus Cristo e mostrar que ele nasceu pobre, deu a sua face mais amorosa aos que lhe viraram as costas, separou o joio do trigo, semeou terrenos férteis, exaltou os humildes e condenou o acúmulo de riqueza.,

A Paraíso do Tuiuti entra com o enredo O Santo e o Rei: Encantarias de Sebastião, a azul e amarelo do Morro do Tuiuti vai levar para o Sambódromo a história cruzada entre a lenda do rei dom Sebastião e o santo que é padroeiro e defensor da cidade do Rio de Janeiro e da escola. O carnavalesco João Vitor Araújo, que esteve à frente de escolas da Série A, agora tem a responsabilidade de desenvolver o enredo de uma agremiação do Grupo Especial.

A Grande Rio, a vermelho, verde e branco de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, vem perseguindo o título há muito tempo e esse ano renova as esperanças com Tata Londirá – O Canto do Caboclo no Quilombo de Caxias. O enredo faz homenagem a Joãozinho da Gomeia.

União da Ilha, a azul, vermelho e branco da Ilha, a sexta a entrar na Passarela do Samba, costuma fazer desfiles descontraídos e empolgados. Neste ano, passará na avenida com um enredo de nome comprido. Nas encruzilhadas da vida; entre becos, ruas e vielas, a sorte está lançada: Salve-se quem puder. Os carnavalescos são experientes Fran-Sérgio, que por muitos anos esteve na Beija-Flor, e Cahê Rodrigues na Grande Rio e Imperatriz Leopoldinense.

Portela, a azul e branco de Madureira e Oswaldo Cruz, a escola do Rio com o maior número de títulos (22), vai encerrar o primeiro dia de desfiles e pretende empolgar o público da Marquês de Sapucaí, com o enredo Guajupiá, Terra Sem Males, uma crítica ao homem que não soube dar valor às bênçãos criadas por Monã, o Deus dos Tupinambás no seu paraíso.

EBC

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