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Bebida espumante à base de maracujá-da-caatinga, inovação que transforma a biodiversidade do Nordeste em oportunidade econômica - Foto: Clarice Rocha/Embrapa/Divulgação
Pesquisa Embrapa transforma fruto nativo em bebida gaseificada de alto valor
Agricultores do Semiárido brasileiro ganham nova fonte de renda com a produção de espumante derivado do maracujá-da-caatinga. Desenvolvido pela Embrapa em parceria com a UFPB e financiado pela Finep, o projeto utiliza técnicas tradicionais de fermentação para criar uma bebida sustentável que já atende padrões internacionais.
Fruto da Caatinga transformado em espumante de excelência no Semiárido do Nordeste- Foto: Divulgação
A magia começa com o maracujá-da-caatinga (Passiflora cincinnata), colhido na entressafra do maracujá comum. Sua polpa exótica e rica em nutrientes passou por fermentação dupla, o mesmo método usado em champanhes de alta qualidade. O resultado? Uma bebida com bolhas finas e aroma sofisticado, que já conquistou consumidores habituados a vinhos espumantes.
“A autólise, técnica que mantém a bebida em contato com leveduras por meses, deu complexidade ao sabor”, explica Aline Biasoto, pesquisadora da Embrapa. Ela destaca: “Isso não é só uma bebida; é identidade territorial e inovação sustentável”.
A cultivar BRS Sertão Forte, lançada pela Embrapa em 2016, foi essencial para viabilizar a produção em escala. Com frutos maiores e ciclo adaptado ao clima árido, ela oferece rendimento superior ao das plantas silvestres. “Além de gerar renda, valorizamos a biodiversidade da Caatinga”, destaca Saulo Aidar, pesquisador do projeto.
Cooperativas e agricultores familiares são os principais beneficiários. A próxima fase do estudo avaliará a viabilidade comercial para inserção em mercados premium.