Leonora Guedes foi a responsável por transformar a prova em uma grande atração turística e levar atendimento de saúde às cidades onde passa
Durante 15 dias, Leonora Guedes deixará de lado os sapatos de saltos e joias que gosta de usar no dia a dia na região da Faria Lima, em São Paulo (SP), onde trabalha, para vestir roupas esportivas e se enfiar nas estradas de terra que cortam o interior do Brasil. A executiva goiana é a COO do Rally dos Sertões, que neste ano será o maior rally do mundo em trechos cronometrados, com 7.202 quilômetros percorridos em 15 dias de roteiro pelas 5 regiões do país, 8 estados e 14 cidades. Uma estrutura que custa cerca de R$ 12 milhões.
O planejamento começa mais de um ano antes, quando é definido um possível roteiro. “É mais ou menos como uma escola de samba: quando um desfile está acontecendo, já estamos pensando no próximo”, diz a executiva goiana, responsável por fazer funcionar uma verdadeira operação de guerra. Neste ano, o Rally dos Sertões vai dobrar de tamanho em comemoração às três décadas da competição e ao bicentenário da independência do Brasil. Serão 308 competidores em 55 equipes, de 98 cidades e 8 países.
A história de Leonora com o Sertões começou em 2002, quando ela trabalhava na secretaria de turismo de Goiânia (GO), cidade que foi ponto de partida para a prova durante anos. “O Rally dos Sertões não existe sem o envolvimento dos governos, então me tornei uma conhecedora de todos os detalhes da prova nas seis vezes que partiu da minha cidade enquanto eu atuava na secretaria.”

Depois de deixar o cargo no governo, a executiva continuou a dar consultoria aos organizadores da prova, já que conhecia os caminhos dentro da máquina pública para que os competidores pudessem cruzar o país. Até que, em 2018, foi oficialmente convidada a entrar para a equipe, com o objetivo de cuidar das relações institucionais e parcerias públicas que conhecia tão bem. “Tem que fazer parceria com todas as cidades e isso envolve engenharia de tráfego, polícia, estrutura de turismo, além da parte de importação temporária dos veículos estrangeiros. É uma operação em muitas frentes.”
Forbes