No Dia do Poeta, o MTur apresenta ao leitor roteiros voltados para conhecer a riqueza e a expressividade de um dos Patrimônios Culturais Imateriais do Brasil: a literatura de cordel
Hoje é dia daquele que revela pensamentos em forma de palavras; que traz a força do saber por meio de rimas; que consegue expressar a beleza dos sentimentos humanos em versos. Nesta quinta-feira (20.10) é celebrado o Dia do Poeta, artista responsável por criar e promover a poesia e cultura brasileira. Seja escrita, falada ou cantada, a poesia está em todos os cantos do Brasil e os poetas perpetuam a cultura, a arte e a história do povo brasileiro por meio desse importante instrumento literário.
Sabendo da importância desse profissional, o Ministério do Turismo homenageia os poetas de todo o país por meio de um roteiro voltado à literatura de cordel. Considerado Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, o cordel é uma manifestação artística que tem como principais características a oralidade e a presença de elementos da cultura brasileira. Ele informa, emociona e diverte os leitores em formato de “folhetos”, que são pequenos livros com capas de xilogravura – arte de fazer gravuras na madeira – pendurados em barbantes ou cordas (e dão, inclusive, a origem do seu nome).
No Brasil, o cordel nasceu na região Nordeste, mas esse legado foi trazido pelos colonizadores de Portugal. O tempo passou, e o estilo centenário tomou conta do país, sendo hoje uma ferramenta para promover, inclusive, o turismo, pois o Brasil possui cidades que mantém a cultura do cordel e são visitadas pelos amantes dessa arte. A Agência de Notícias do Turismo separou alguns exemplos que fazem parte da rota do cordel. Prepare as malas e embarque em uma viagem no mundo da literatura regional:
PERNAMBUCO – O estado, sem dúvida, deve estar no topo da lista de quem ama cordel. É em Pernambuco que está localizado o sertão do Pajeú, uma região que conta com 17 municípios e é considerada a “terra da poesia”. As cidades “respiram” a cultura do cordel, do repente e das cantorias de viola e trazem diversidade de formas e formatos para narrar o legado dessa arte regional.
Entre os principais atrativos estão a Rota dos Poetas e Cantadores, que fica em Afogados da Ingazeira, celeiro de cantadores de viola e do estilo literário; e a Rota do Cangaço, em Serra Talhada, um dos temas mais representativos da cultura popular nordestina.
Pernambuco segue na rota do cordel e agora traz, na capital, Recife, a beleza e expressividade do Museu Cais do Sertão. O local é referência quando o assunto é música, cultura, fazendo com que o visitante conheça o gênero cordel desde os primórdios até sua modernização, vivendo experiências sensoriais e visitando uma arquitetura que exprime em seus traços a união do litoral com o sertão.
Ainda em Pernambuco, mais precisamente no município de Caruaru, está a feira da cidade, um dos maiores centros de cultura popular da região e quem mantém viva as raízes do cordel. É na feira que o visitante vai encontrar muito do Nordeste por meio da culinária, da música, do artesanato e das manifestações culturais. O cordel é uma das principais manifestações do local, que conta com repentistas e poetas populares.
A feira de Caruaru é sede do Museu do Cordel, inaugurado em 1999 e composto por títulos originais, entre outras preciosidades, como tipografias e xilogravuras. Além disso, no trajeto até Caruaru, o turista pode fazer uma pausa em Bezerros, cidade com grande concentração de xilógrafos, artesãos responsáveis pela produção das figuras talhadas em madeira que ilustram os temas dos folhetos de cordel.
SERGIPE – A capital sergipana, Aracaju, é outro destino que precisa estar no roteiro dos amantes de cordel. Basta caminhar pela cidade e ir reparando nos espaços, como os mercados públicos que mergulham no mundo dessa poesia regional. O estilo literário é tão difundido na cidade que está estampado em universidades, feiras livres e praças. Além da capital, o município de São Cristóvão, patrimônio cultural da humanidade reconhecido pela Unesco, também é outro celeiro de produção da arte de cordel que pode ser visitado pelos turistas.
RIO GRANDE DO NORTE – Em Mossoró (RN), a Estação das Artes Elizeu Ventania tem em si o cordel estampado, onde o viajante vai encontrar obras e toda a história de vida do violeiro potiguar que tem em seu nome a homenagem para o espaço. Na região, é possível reviver memórias intrínsecas ao cordel e conhecer o Memorial da Resistência ao bando de Lampião e a igreja que ainda guarda as marcas do dia em que “choveu bala” na cidade, em 13 de junho de 1927. A bravura dos mossoroenses é um dos temas recorrentes dos cordelistas, com destaque para os personagens de Lampião e Maria Bonita, Padre Cícero e Frei Damião.
ALÉM DO NORDESTE – Quem disse que o cordel só pode ser encontrado no Nordeste? É claro que o berço da tradição ficou para a região mais acima do mapa do Brasil, mas isso não quer dizer que o turista não vai encontrar a difusão desse gênero em outras localidades. O cordel é tão expressivo para o povo brasileiro que pode ser visto em várias partes do Brasil, como na Casa do Cantador, no Distrito Federal; na feira de São Cristóvão e na sede da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, no Rio de Janeiro; e no Centro de Tradições Nordestinas, em São Paulo.
Esses espaços estão de braços abertos para receber os turistas em diferentes épocas do ano e contam com vários atrativos voltados à cultura do cordel e do Nordeste. Além disso, os locais concentram poetas, declamadores, editores, ilustradores (desenhistas, artistas plásticos, xilogravadores) e folheteiros (vendedores de cordel) que formam uma cadeia de economia colaborativa integrada ao turismo.
MTur