Local, que possui um dos maiores acervos do Brasil, voltou a receber visitantes adotando todos os protocolos de biossegurança
O Tubarões Museu já pode ser visitado pelos turistas e moradores de Fernando de Noronha (PE). Após sete meses de portas fechadas, o local, que possui o maior acervo do Brasil, reabriu para o público ontem, adotando os protocolos de biossegurança contra o coronavírus. De acordo com a administração do lugar, 70 mil pessoas visitaram o museu em 2019 que, além da exposição de arcadas e esqueletos de várias espécies de tubarão, ainda oferece palestras divertidas, uma loja com produtos temáticos e um restaurante com vista para o mar. No período da pandemia, o Tubarão Museu vai funcionar das 13h às 21h, todos os dias da semana, com entrada gratuita.
O ministro Marcelo Álvaro Antônio, parabenizou a reabertura do museu e destacou a relevância do turismo para Fernando de Noronha. Para ele, é possível retornar com as atividades turísticas respeitando os protocolos de biossegurança estabelecidos pelas autoridades de saúde. “O turismo não é o vilão dessa história. Muito pelo contrário: ele será um dos principais indutores da economia durante retomada”, afirmou. “Sabemos do potencial da Ilha e estamos aqui apoiar esse movimento e trabalhar para que esse tão importante destino turístico se fortaleça ainda mais”, completou.
Aberto em 1997, o Tubarões Museu tem um dos acervos mais ricos do Brasil sobre o animal. Além de muita informação, o turista pode ver muitos esqueletos, arcadas em, ainda, assistir a palestras interativas e muito disputadas. O Museu ainda oferece opções de entretenimento, como um restaurante com vista para o Oceano Atlântico. “Quem vem aqui tem cultura, entretenimento e boa gastronomia garantidos. A gente tem uma rotina de dar palestras sobre tubarões de forma lúdica, para que as pessoas entendam a realidade deles com diversão”, explicou Léo Veras, engenheiro de pesca e curador do Museu.
Veras explicou que o período de sete meses de isolamento causado pela pandemia de coronavírus foi ainda mais impactante para as atividades em Fernando de Noronha. “Foi muito traumático para as pessoas que moram aqui na Ilha. Porque nós ficamos, literalmente, isolados. Nós já vivemos um isolamento físico real, que a gente está habituado, mas houve muita restrição no ir e vir e no abastecimento, e, com isso, a economia da Ilha ficou muito abalada”, afirmou.
Para ele, Noronha recupera-se aos poucos na retomada do turismo, um dos setores mais importantes para o arquipélago. “95% da economia da Ilha vem do Turismo e, no processo de reabertura, no ‘dormir para reacordar’, você tem processos de aquecimento. Hoje eu ainda vejo Fernando de Noronha nessa fase, com dificuldades para trazer mão de obra, transporte de produtos”, comentou.
Apesar das dificuldades, Veras demonstra otimismo com a retomada das atividades turísticas na ilha e torce para que as barreiras logísticas sejam, em breve, normalizadas. “Nós já promovemos o ‘soft open’ e queremos que os turistas e moradores da Ilha acreditem. A pior característica da pandemia é o pessimismo, o sentimento de derrota e de que as coisas não vão funcionar. As coisas vão funcionar, as coisas vão ficar bem. E, mais do que isso, as coisas vão ficar melhores”, apostou.
MEDO? – Léo Veras, não hesita ao defender os tubarões, os verdadeiros donos da Ilha, nas palavras dele. Para ele, a possibilidade de uma pessoa ser atacada por esses animais é extremamente pequena, ainda mais quando você entende os hábitos da espécie. Veras acredita que a imagem criada pelos filmes no cinema gerou uma marca injusta com os tubarões e criou uma cicatriz cultural. “O melhor recado é: você tem medo de bicho-papão? Você olha embaixo da cama antes de dormir? Digamos que é uma questão estatística. Os tubarões matam menos de 10 pessoas por ano no mundo todo. Quanto mais você conhece os tubarões, menores os riscos. Ir à padaria comprar pão ou atravessar a rua tem mais risco que ser atacado por um tubarão”, declarou, sem antes registrar: “mas tenho percebido uma mudança muito grande na postura das pessoas”.
ONDE – O Tubarões Museu fica na Vila do Porto, em frente ao ponto turístico conhecido como Buraco da Raquel.
CURIOSIDADES – Três espécies são muito comuns em Fernando de Noronha: tubarão-lixa, tubarão-recital-cinzento e o tubarão-limão.
. Um tubarão tem o poder de gerar de 300 a 800 novos dentes por ano. Ao longo da vida, algumas espécies podem produzir mais de 30 mil dentes. A troca de dente de dá como uma esteira rolante, e os novos empurram os antigos que caem e vão para o fundo do mar.
. A média de mortes de pessoas por animais durante um ano no mundo, de acordo com o Tubarões Museu, deixa os tubarões numa posição bem confortável:
Tubarões: 10 mortes
Elefantes: 500 mortes
Crocodilos: 2.000 mortes
Serpentes: 50.000 mortes
Mosquitos: 1.500.000 mortes
MTur