Eleição realizada pelo comitê brasileiro chancela a inscrição da cidade pernambucana a uma vaga na Rede de Cidades Criativas da Unesco. Resultado será conhecido em outubro
A cidade de Recife será uma das representantes brasileiras ao título de Cidade Criativa da Unesco. A capital pernambucana concorrerá na categoria Música e poderá se juntar a Salvador, que também possui o título na mesma categoria. Já o município de Campina Grande, na Paraíba, concorrerá na categoria Mídia e, caso seja confirmada a indicação, ele será o único destino nesta categoria em solo brasileiro.
A Rede de Cidades Criativas da Unesco tem por objetivo favorecer a cooperação entre cidades que consideram a criatividade como um fator estratégico para o desenvolvimento sustentável em seus aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais. As cidades que aderem à rede comprometem-se a compartilhar boas práticas e a desenvolverem parcerias para promover as indústrias da cultura e da criatividade no âmbito de seus planos de desenvolvimento urbano.
“O título de cidade criativa é um importante diferencial competitivo para os destinos que garantem esse reconhecimento. Estamos muito felizes de termos dois candidatos tão fortes nessa competição que dará ainda mais visibilidade no cenário internacional a essas duas cidades brasileiras. Recife merece ter sua cena musical reconhecida por um dos organismos internacionais mais importantes do mundo. Espero que possamos, em breve, comemorar mais essa conquista para o turismo brasileiro”, comentou o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto.
Atualmente, dez cidades brasileiras fazem parte da Rede Mundial de Cidades Criativas da Unesco, que, desde 2004, reconhece mundialmente esforços de cidades para colocar a economia criativa, por meio de projetos turísticos e culturais, no centro de planos de desenvolvimento urbano. São elas: Belém (PA), Florianópolis (SC), Paraty (RJ) e Belo Horizonte (MG), no campo da gastronomia; Brasília (DF), Curitiba (PR) e Fortaleza (CE), em design; João Pessoa (PB), em artesanato e artes populares; Salvador (BA), na música; e Santos (SP), no cinema.
INSCRIÇÕES – Os municípios interessados em pleitear o título em uma das sete categorias disponíveis – arte e artesanato; design; cinema; gastronomia; literatura; artes – comunicação e mídia; e música – se inscreveram primeiramente em uma pré-seleção para endosso da Comissão Nacional – da qual o Ministério do Turismo fez parte – responsável pelo envio dos candidatos à sede do organismo internacional em Paris após aprovação do Itamaraty. Todas as candidaturas aprovadas pelo governo brasileiro devem estar acompanhadas de carta oficial do prefeito da cidade.
A Unesco estabeleceu limitação de apenas duas candidaturas por país, concorrentes em duas especialidades distintas. Para serem admitidas à rede, as candidatas deverão submeter-se a processo de avaliação por parte de peritos dos setores de cultura e indústria criativa, no âmbito da Unesco, com ênfase na área de especialização escolhida. As cidades candidatas deverão reconhecer a importância do desenvolvimento urbano sustentável e inclusivo e comprometer-se a promover o papel da cultura e da criatividade na implementação da Agenda 2030.
O organismo internacional aplica critérios de equilíbrio regional e temático na seleção das cidades, de modo a privilegiar áreas geográficas e especialidades criativas com menor representação na rede. No próximo ciclo de candidaturas, as áreas geográficas consideradas prioritárias são a África e os países árabes, enquanto as especialidades criativas menos representadas são o cinema e as artes – comunicação e mídia.
MTur