O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), admitiu nesta terça-feira (11) que recuou do projeto de alargamento das praias da capital para evitar polêmicas durante a campanha eleitoral de 2024. A decisão foi motivada pela preocupação de não dar margem para adversários políticos explorarem o tema negativamente. Cícero afirmou que a gestão irá reavaliar a metodologia para enfrentar o debate no futuro.
“Estamos dando um passo atrás para que os aproveitadores políticos não usem a véspera das eleições para promover um clima de instabilidade e prejudicar o trabalho realizado pela prefeitura”, declarou Cícero.
A declaração do prefeito gera reações entre lideranças políticas que têm planos de assumir o comando da capital a partir de 2025. Alguns críticos frequentes incluem o ex-prefeito e atual deputado Luciano Cartaxo (PT), a deputada Cida Ramos (PT), o comunicador Nilvan Ferreira (PL) e o deputado Ruy Carneiro (Podemos).
Enquanto os oposicionistas tentam desgastar a imagem do prefeito, os Ministérios Públicos Federal, Estadual e de Contas da Paraíba também acompanham o caso e apontam irregularidades na licitação para o alargamento das praias. Uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE) revelou indícios de direcionamento na escolha da empresa Alleanza, responsável por obras em praias de Santa Catarina. Além disso, questiona-se a falta de diálogo com especialistas e a população.
Cícero Lucena negou que o projeto fosse executado sem diálogo e ressaltou que o plano inicial, chamado de Masterplan, passaria por várias etapas antes de ser submetido ao debate público com a participação do Ministério Público, instituições acadêmicas e a população.
Além do recuo no projeto de alargamento, o prefeito comentou sobre as ações para conter a erosão da Falésia do Cabo Branco, um problema antigo na região. Cícero afirmou que a estabilização da barreira é uma prioridade diante do avanço do mar na área costeira.
“Estamos concentrando todos os esforços para estabilizar o desmoronamento da barreira. Acredito que chegaremos a um consenso, pois não é possível que alguém queira ver a parte mais oriental das Américas ser perdida”, assegurou o prefeito.
Alessandra Lontra
