Mais de um mês após as linhas emergenciais serem anunciadas em resoluções do Banco Central, bancos estão prontos para atender produtores rurais; Sicredi garante serviço para a próxima semana
Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil informaram estão prontos para operar as linhas de crédito emergenciais liberadas pelo Banco Central em função dos impactos da pandemia do novo coronavírus e da estiagem no setor agropecuário. A disponibilidade dos recursos era muito aguardada por produtores rurais. Desde o anúncio até a chegada deles na ponta da cadeia financeira, se passaram mais de 30 dias. O Sicredi garantiu que ofertará os financiamentos a partir da próxima semana.
No dia (9) de abril, duas resoluções publicadas pelo Banco Central (4.801 e 4.802) permitiram as prorrogações de dívidas e contratação de crédito para beneficiários do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf), Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor (Pronamp) e também para cooperativas, cerealistas e agroindústrias. Cerca de 20 dias após a divulgação das medidas, produtores ainda não conseguiam acessar os financiamentos e, em alguns casos, postergar as parcelas das dívidas.
Banco do Brasil
No mesmo dia em que as resoluções foram editadas, o Banco do Brasil (BB) anunciou condições especiais de apoio aos correntistas produtores de hortaliças, frutas e flores/plantas ornamentais. Eles puderam prorrogar as parcelas de financiamento para 180 dias após o vencimento nas operações de custeio e 1 ano nas de investimento. O ofício do Banco Central previa o adiamento das dívidas de custeio e investimento, para produtores afetados pela pandemia, para o dia (15) de agosto de 2020. Mas, as linhas de crédito emergenciais só foram oficialmente disponibilizadas em maio.
De acordo com a assessoria do BB, os ajustes tecnológicos que estavam em desenvolvimento para atender às resoluções do Banco Central foram concluídos. Tanto as prorrogações quanto a oferta de crédito para Pronaf, Pronamp, cooperativas e agroindústrias estão disponíveis “nas condições estabelecidas pelas respectivas Resoluções”.
Caixa Econômica Federal
Já a Caixa Econômica Federal (CEF) informou que os processos e meios de atendimento foram adequados para que os produtores rurais pudessem pedir a prorrogação dos financiamentos por meio do internet banking ou de SMS. “Relativo às novas destinações no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural – Pronamp e no Financiamento para Garantia de Preços ao Produtor – FGPP, informamos que estão disponíveis para contratação pelos produtores rurais com taxas a partir de 3,7% a.a.”, traz a nota. Na linha do Pronaf, a CEF opera apenas a modalidade agroindústria.
Sicredi
Desde a segunda semana de abril, o Sicredi afirmava estar realizando prorrogações de operações de custeio e ofertando linhas de financiamento para estocagem. Com a publicação da Resolução 4.816 nesta quarta-feira, (13) de maio, o banco informou estar apto a prorrogar as parcelas de investimento contratadas com recursos repassados pelo BNDES. Mas, “em relação às linhas de crédito emergencial, iniciaremos a operacionalização a partir da próxima semana”, declarou a assessoria.
Bradesco
Questionada, a assessoria de imprensa do Bradesco não informou se o banco está operando as linhas de crédito emergenciais para afetados pela pandemia e/ou pela estiagem. Porém, a nota esclarece que produtores prejudicados pela Covid-19 podem solicitar a postergação dos financiamentos de custeio e investimento. “O processo de prorrogação será feito de forma fácil e rápida após a solicitação ao gerente da conta através de solicitação formal”, diz a nota.
Já nos casos de estiagem, os pedidos de adiamento de parcelas devem passar por mais etapas. “Após o recebimento do pedido, [o Bradesco] fará uma análise detalhada pelos técnicos do banco, que irão propor 0 prazo mais adequado para a prorrogação da operação de crédito”.
Nossa reportagem também entrou em contato com Banrisul e Santander. Mas, até o fechamento desta reportagem não havíamos recebido as respostas das assessorias de imprensa sobre a operacionalização dos recursos nestes bancos.
Canal Rural