Com estreia prevista para 2024, o novo filme conta com direção de Guel Arraes, desta vez em conjunto com Flávia Lacerda
Vinte e cinco anos depois do sucesso que levou às telonas a peça teatral do escritor paraibano Ariano Suassuna, O Auto da Compadecida, os atores Selton Mello e Matheus Nachtergaele se preparam para reviver Chicó e João Grilo na continuação do longa-metragem em O Auto da Compadecida 2.
Com estreia prevista para 2024, o novo filme conta com direção de Guel Arraes, desta vez em conjunto com Flávia Lacerda. A produção é da Conspiração e da H2O Films, que também fará a distribuição.
Depois de muitos rumores, finalmente podemos comemorar a confirmação de O Auto da Compadecida 2, que terá o retorno dos atores que deram vida aos protagonistas originais.
Por meio de suas redes sociais, Selton Mello e Matheus Nachtergaele falaram um pouco sobre o projeto e prometeram entregar uma sequência à altura do original.
As filmagens terão início em agosto e a dupla de atores celebra a volta ao terreno mágico de Suassuna:
“Fazer o Chicó de novo é uma emoção gigante, que nunca imaginei reviver! Nosso time é de craques, faremos ‘O Auto 2’ à altura da grandeza do nosso filme do peito e celebrando a memória de Ariano Suassuna. O Brasil esperava e merecia este presente”, disse Selton Mello.
O primeiro filme, lançado em 2000, foi o longa brasileiro mais assistido no país naquele ano. Antes, ele foi lançado na TV em formato de minissérie em 1999.
Sobre o filme O Auto da Compadecida
“O Auto da Compadecida” é uma das obras mais populares da literatura brasileira e também uma das mais representadas no teatro. Escrito pelo escritor e dramaturgo Ariano Suassuna em 1955, o texto mistura elementos do folclore nordestino, como cordel, repente e literatura de cordel, com elementos da tradição cristã, resultando em uma obra que é ao mesmo tempo cômica e religiosa.
A história gira em torno das aventuras de João Grilo e Chicó, dois amigos pobres e trapaceiros que vivem em uma cidade do interior do Nordeste brasileiro. Eles se envolvem em diversas confusões e trapaças para sobreviver, mas sempre contando com a ajuda da Compadecida, uma figura religiosa que simboliza a misericórdia de Deus.
O texto é repleto de diálogos e situações engraçadas, que satirizam a hipocrisia, a corrupção e o autoritarismo presentes na sociedade nordestina e brasileira como um todo. Mas também traz reflexões sobre a vida, a morte, a religião e a justiça, por meio dos personagens e dos elementos da tradição cristã presentes na obra.
A obra já foi adaptada para o cinema e para a televisão, e as gravações aconteceram em Cabaceiras, município do Cariri paraibano, mas sua montagem teatral é a mais conhecida e popular. As apresentações costumam ser acompanhadas por músicas e danças típicas do Nordeste brasileiro, o que confere ainda mais identidade à peça.
“O Auto da Compadecida” é uma obra divertida e ao mesmo tempo profunda, que mistura elementos do folclore e da religião para retratar a sociedade brasileira de uma forma única e marcante.
Alessandra Lontra