Sete empresas do ramo têxtil se juntaram para costurar máscaras de tecido reutilizáveis para a grife Heroyz, ligada ao Corpo de Bombeiros Voluntários do estado. Todo o lucro é revertido para a corporação
A Beetêxtil é uma confecção de Joinville, em Santa Catarina, especializada em trajes para esportes de alto desempenho. Quando a pandemia de Covid-19 (coronavírus) se materializou, o fundador Jonas do Carmo precisou pensar em formas de manter a empresa viva e pagar os funcionários. Há cerca de duas semanas, ele optou por fazer máscaras de tecido reutilizáveis, que já estavam começando a rarear no comércio catarinense.
O empreendedor já mantinha um contato próximo com Eduardo Borba, CEO da grife Heroyz, do centenário Corpo de Bombeiros Voluntários do estado, e decidiu que todo o lucro das peças iria para ajudar a corporação nesse momento. Com essa parceria, a demanda pela HeroMask aumentou consideravelmente e, em menos de 15 dias, foram vendidas 30 mil máscaras. O faturamento estimado foi de R$ 150 mil – o dobro do que a Beetêxtil costumava fazer em um mês, antes da pandemia.
Para dar conta da produção, Carmo recorreu a outras empresas do nicho no estado, de diversos portes e cidades diferentes, como Ravache Confecção, Aquamires Beach Wear, Zeni Falcão, Amora Confecções e Marlise Confecções, além da Risque e Corte, para o corte das peças.
“Conseguimos salvar pelo menos dez empregos de uma oficina de costura que estava sem demanda e vai produzir máscaras com a gente. Nos aliamos a concorrentes, buscamos outras pessoas do ramo e estamos juntos trabalhando nessa causa. Cada um tem uma forma de trabalhar, mas estamos alinhados”, afirma.
Borba, da Heroyz, conta que o primeiro teste de vendas aconteceu pelo e-commerce da grife, e depois foi levado para um supermercado de Joinville. “Esgotou em duas horas”, diz. Daí, partiram para outros comércios que ainda estão abertos, como lojas de conveniências. De acordo com ele, o produto já tem sido requisitado por outras operações varejistas que atuam em todo o Brasil.
Além das empresas que estão fazendo as máscaras, toda a cadeia produtiva foi envolvida no projeto, de forma voluntária. “Desde o manual de uso que vai dentro da embalagem, que é feito por uma gráfica, até um ensaio fotográfico que fizemos para divulgação, com um grupo de modelos e profissionais de comunicação, e até a questão logística, com um aplicativo de entregas que diminuiu o custo para a campanha. É uma colaboração tão bonita que só vemos em momentos críticos”, conta Borba.
Projeto de revenda será lançado para todo o país
Ainda nesta semana, a Heroyz promete colocar no ar uma plataforma de revenda de máscaras que atenderá a todo o Brasil. O objetivo, de acordo com Borba, é que trabalhadores que tenham sido impactados pela crise possam gerar renda extra levando as peças para as suas regiões. A princípio, a confecção se manterá em Santa Catarina, mas eles não descartam parcerias com empresas de outros estados para atender demandas locais.
Cada pacote com três máscaras é vendido a R$ 29,90. Todo o lucro é revertido para a Heroyz, e as empresas recebem o equivalente ao custo de produção, para pagar os salários. “Além dos consumidores finais, apareceram empresas de comércio que estão adquirindo para equipar a própria equipe e também alguns negócios que estão comprando para dar como um benefício a mais para o cliente na hora de vender seu produto”, explica Borba.
PEGN