Um levantamento feito pelo Observatório Nacional da Indústria (ONI), núcleo de inteligência e análise de dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), aponta que, até 2030, cerca de 8,4 milhões de trabalhadores vão estar empregados em áreas da economia criativa. A expectativa é de que um a cada quatro novos empregos criados nos próximos anos seja em setores e ocupações da economia criativa.
Para o gerente-executivo do Observatório, Márcio Guerra, as perspectivas são boas, mas é preciso estar atento aos desafios impostos para a transformação digital da indústria criativa. “Quem quiser crescer e acessar os mercados globais, é preciso investir em qualificação de habilidades relacionadas à pesquisa de mercado, marketing e branding, design de sites, logística, pagamentos, marketing digital e atendimento ao cliente, por exemplo”.
Além disso, há tecnologias da Indústria 4.0 que se revelam como oportunidade para a economia criativa e se mostram ferramentas importantes para potencializar a produção, os resultados e a competitividade das empresas. O uso de inteligência artificial aliada à automação, por exemplo, pode servir para acelerar processos criativos. Já a impressão 3D pode ser aplicada ao artesanato e é possível até mesmo o uso de realidade aumentada em desfiles de moda; e blockchain na certificação de originalidade de obras de arte.
Atualmente, a economia criativa representa 3,11% do PIB brasileiro e emprega 7,4 milhões de trabalhadores no país, segundo dados da PNAD contínua para o 4º trimestre de 2022. A maior parte está nas áreas de Publicidade e Tecnologia da Informação. Além disso, a análise feita pelo ONI mostra que os profissionais da economia criativa possuem, em média, 1,8 ano de estudo a mais e recebem salários 50% maiores do que os profissionais de outras áreas. O salário médio do profissional da economia criativa é de R$ 4.018, enquanto dos demais setores é de R$ 2.691.
O perfil da economia criativa no Brasil e projeções para os próximos anos:
Estabelecimentos da economia criativa no Brasil
– Microempresas: 86.917
– Pequenas empresas: 24381
– Médias empresas: 5471
– Grandes empresas: 353
Estabelecimentos da economia criativa por região
– Sudeste: 56.222
– Sul: 31.643
– Nordeste: 16.880
– Centro-oeste: 9.438
– Norte: 2.939
Quantidade de estabelecimentos da economia criativa por categoria
– Moda: 45.874
– Publicidade e serviços empresariais: 20.871
– Serviços de tecnologia da informação: 11.712
– Desenvolvimento de software e jogos digitais: 9.771
– Atividades artesanais: 8.398
Setores que devem liderar a criação de empregos na indústria criativa
– Publicidade e serviços empresariais
– Desenvolvimento de softwares e serviços de TI
– Arquitetura
– Cinema, rádio e TV
– Design
Ocupações com o maior potencial de emprego na indústria criativa
– Publicitário e afins
– Trabalhadores das áreas da tecnologia da informação
– Desenvolvedores
– Trabalhadores da área da moda
– Desenhistas, artesão e afins
Potencial de desenvolvimento da economia criativa no Brasil
Fonte: índice de economia criativa (IDPEC)
– Florianópolis: 0,85
– Vitória: 0,71
– São Paulo: 0,68
– Rio de Janeiro: 0,65
– Curitiba: 0,61
Economia criativa no Congresso Nacional
Tramita na Câmara dos Deputados desde o ano passado o projeto de lei 2.732/2022 que cria a Política Nacional de Desenvolvimento da Economia Criativa. Entre as medidas previstas no projeto estão:
– Parceria entre empresas e universidades para qualificação profissional;
– Desenvolvimento de infraestrutura para as dinâmicas econômicas (criação, produção, distribuição e consumo) dos setores criativos;
– Promoção e fortalecimento de ecossistemas de inovação em territórios criativos (bairro, distrito, polo, cidade, consórcio, bacia, região) para o desenvolvimento local e regional.
CNI