A campinense chef Eliane Régis foi a grande vencedora da edição 2022 do Prêmio Dólmã, premiação máxima da gastronomia brasileira, considerado o “Oscar da Gastronomia”
A edição 2022 do Prêmio Nacional Dólmã, aconteceu nesta sexta-feira (12), no espaço Nuance Eventos, em Macapá (AP). O evento acontece de forma itinerante e já passou pelos estados de Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Ceará, Pará e em 2022 o estado anfitrião é o Amapá.
Os chefs finalistas do Prêmio Dólmã, além de serem julgados pelo currículo e por chefes renomados, também é feita uma votação pela internet para o público nacional e internacional escolherem os vencedores.
Ao todo, participaram da competição 81 chefes brasileiros, finalistas nas categorias estaduais e também 27 homenageados.
A premiação encerrou a Semana Brasileira de Gastronomia, realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e pelo Instituto Multidisciplinar com o apoio de instituições parceiras.
Com a vitória, Eliane Régis se torna a embaixadora da gastronomia paraibana em todo o país. Ela não pôde participar da cerimônia, de forma presencial, devido a compromissos, mas acompanhou toda a premiação de forma online.
“Recebo a honraria com muita alegria e agradeço primeiramente a Deus, depois, à grande rede de amigos e profissionais de todo o Brasil, que me apoiaram e que reconhecem a relevância do meu trabalho”, disse Eliane Régis.
O Prêmio Dólmã é nosso, é desse povo amado, da minha Paraíba. É o reconhecimento de muitos anos de trabalho árduo para a valorização e para o desenvolvimento da atividade.
Venho para somar com outros colegas profissionais que já receberam essa honraria, e acredito que a responsabilidade com o prêmio só aumentou, mas pretendo dar continuidade ao trabalho que já desenvolvo na militância do movimento Slow Food e da ecogastronomia, nas empresas e nas comunidades, valorizando os produtos agroecológicos da Paraíba e do Brasil.”
Sobre a chef Eliane Régis
Nascida e criada na área rural de Campina Grande, na Paraíba, Eliane Régis enveredou pela carreira de cozinheira devido à forte influência das avós que moravam no sítio e que lhe ensinaram a respeitar todo o processo do alimento — do plantio à colheita, da criação ao abate, e, ainda, desenvolver o afeto pela cozinha e que, segundo as avós ”para cozinhar, não se deve ter pressa.”
“Estou envolvida com as panelas desde pequena; sempre estive com minha mãe e as minhas avós dentro de suas cozinhas. Tudo o que envolvia a cozinha, me enchia de amor, a começar pelos fogões à lenha, as panelas de barro e de ferro, e os ingredientes cultivados por toda a família.
Essa vivência que me fez chegar ao universo gastronômico e me fez defender a ecogastronomia, – comida que passa de geração em geração. Tornei-me cozinheira profissional — e não chef. “Nem todo chef é cozinheiro. Eu sou cozinheira com muito orgulho”, diferencia Eliane.
Durante sua formação em gastronomia, apaixonou-se pelo Movimento Slow Food e passou a ser militante desse movimento que defende que todas as pessoas têm o direito de se alimentar de forma boa, limpa e justa. Tornou-se, ainda, uma estudiosa dos biomas brasileiros. “Percebi que aquilo que aprendi com o movimento Slow Food era o que a minha família sempre praticou. Cada aula, era uma riqueza de informações”, disse Eliane.
O movimento Slow Food levou-a a alçar voos ainda maiores, a conhecer novas culturas e apaixonar-se cada vez mais, pela riqueza e pela diversidade dos insumos e da gastronomia brasileira.
Por dois anos a chef Eliane Régis esteve a frente da Cooperativa Central do Cerrado, em Brasília (DF), que reúne diversas organizações comunitárias que desenvolvem atividades produtivas a partir do uso sustentável da biodiversidade do cerrado e da caatinga.
Em 2018, a chef Eliane Régis foi uma das representantes do Brasil no Congresso Internacional de Slow Food Terra Madre que ocorre de dois em dois anos, em Turim, na Itália, país onde nasceu o movimento, e que reúne cerca de 170 países. “Lá, eu tive a oportunidade de falar sobre óleos brasileiros e de preparar um prato.” No mesmo ano, foi, com quatro colegas, ao Parque Indígena do Xingu, na aldeia nova Kkatxi, do povo Kisêdjê, conhecer e fazer registros da gastronomia desenvolvida pelo povo local. “Foi uma experiência que mudou a minha vida.”
Atualmente, a chef Eliane Régis trabalha fazendo palestras, prestando consultorias para empresas e para comunidades sobre suas grandes paixões: o movimento Slow Food e a ecogastronomia. A chef vem participando de vários projetos em comunidades na Paraíba e no Brasil. Recentemente em Igaratá (SP), participando da organização do Projeto Galerias, capacitando a Comunidade do Bonsucesso na manipulação e preparação de alimentos. Também participa do projeto “Vivenciando Caiana”, juntamente com uma equipe de profissionais de diversas áreas e com as líderes do Quilombo Caiana dos Crioulos, em Alagoa Grande (PB), Luciene Tavares, Cida de Caiana, Elza Silva e equipe, onde vem trabalhando na experiência gastronômica da comida afetiva e apostando no resgate da essência da culinária quilombola.
Siga a chef Eliane Régis no Instagram: @elianeregis.br
Sobre o Prêmio Dólmã
O Comitê da Gastronomia Brasileira que, atualmente, tem, à frente, o Instituto Multidisciplinar, com sede em Recife, Pernambuco, foi idealizado em 2013 e fundado em 2015 com o intuito de representar a classe de profissionais de cozinha do Brasil e promover o desenvolvimento de cozinheiros e chefs de cozinha, de forma regional, em cada estado brasileiro.
Anualmente, o Instituto promove o Encontro Nacional de Chefs, um evento que sucede uma série de “encontros regionais” em todos os estados brasileiros. Durante os encontros regionais, acontecem fóruns, seminários, palestras e um concurso que elege um chef representante do estado para concorrer ao Prêmio Nacional Dólmã, que é conhecido como o “Oscar da Gastronomia Brasileira”. O Prêmio, que existe desde 2014.
O Comitê da Gastronomia Brasileira é a entidade nacional responsável por eleger os profissionais e emitir os certificados que nomeiam os Chefs Embaixadores da Gastronomia Brasileira, um título vitalício que reconhece, em cada estado brasileiro, um chef, representante, por ano.
Alessandra Lontra
Zuleide Josefa
Parabéns ! @Eliane Regis ! Vitória merecida 👏😃 Parabéns !
Rabi
Parabéns! Mais que merecido