Projeto é resultado de parceria entre a Embratur, a Secretaria de Turismo do DF e a Unidade Nacional de Acessibilidade. O Guia da Rota Arquitetônica do Turismo Acessível integra-se a programas federal e distrital de acessibilidade e visa a colocar Brasília como referência nacional em acessibilidade turística
Patrimônio Cultural da Humanidade e reconhecida pela UNESCO como Cidade Criativa do Design, Brasília inova mais uma vez e apresenta o Guia da Rota Arquitetônica de Turismo Acessível, para atender às pessoas com deficiência, com conteúdo e linguagem direcionados a essas pessoas. O lançamento desse novo projeto, ocorreu nesta segunda-feira (21/09), às 17h, na Casa de Chá, na Praça dos Três Poderes. A cerimônia marca o Dia Nacional da Luta das Pessoas com Deficiência, celebrado em (21) de setembro.
Inicialmente, a Rota Acessível estará disponível no eixo central de Brasília, compreendendo seis atrativos já estruturados para receber pessoas com deficiência. No trajeto, o público poderá conhecer o Memorial JK, Planetário, Torre de TV, Museu Nacional Honestino Guimarães, Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida e a célebre Praça dos Três Poderes, onde está localizada a Casa de Chá, que abriga um Centro de Atendimento ao Turista (CAT).
“É a primeira rota mapeada de turismo arquitetônico acessível, de forma a oferecer um serviço com a descrição necessária para que o trajeto seja feito com comodidade e segurança pela pessoa com deficiência”, assinala a secretária de Turismo do DF, Vanessa Mendonça.
Para tanto foi realizado o mapeamento dos locais prontos que antes o turista com deficiência não conseguiria visitar. A Rota está acessível e disponível a partir de agora. E na sequência já se trabalha nos planos de incorporação da segunda e terceira etapas no conceito de aproveitamento dos quadriláteros onde se concentram monumentos de fácil acesso. Esse mapeamento é feito por quadrantes logísticos.
Ainda nesta segunda-feira, a Secretaria de Turismo publicou no Diário Oficial do Distrito Federal o Edital destinado à pesquisa pública sobre a oferta turística da Capital com foco no público com deficiências e/ou mobilidade reduzida.
De acordo com a secretária Vanessa Mendonça, o projeto é um passo importante para tornar Brasília uma referência nacional em Turismo Acessível e materializa ações de um projeto mais amplo, que integra propostas desenvolvidas pelo governo federal e pelo Governo do Distrito Federal. “Iniciamos, neste momento, uma série de entregas que pretendemos fazer. A primeira é a assinatura do Protocolo de Intenções com a Embratur e a segunda é a entrega do Guia da Rota Arquitetônica de Turismo Acessível, desenvolvido por meio de metodologia capaz de concretizar a acessibilidade com pouco recurso, o que a torna exclusivamente acessível e pioneira no país”, destaca.
O evento de lançamento do programa contou com a presença das secretárias Vanessa Mendonça (Turismo), Marcela Passamani (Justiça e Cidadania) e Rosinha da Adefal (Secretaria da Pessoa com Deficiência), além da presidente da Unidade Nacional de Acessibilidade (UNA), Andrea Pontes, e do coordenador de Inteligência Competitiva e Mercadológica da Embratur, Gentil Venâncio, que representou o presidente do órgão, Gilson Machado Neto.
A iniciativa prevê ações a curto, médio e longo prazo. Inicialmente, a partir da cooperação técnica firmada entre a Setur-DF e a Unidade Nacional de Acessibilidade (UNA), foi feito o mapeamento das necessidades de pequenas intervenções nos locais. Para isso, a atleta paralímpica e presidente da UNA, Andrea Pontes, que é cadeirante, visitou e registrou os pontos turísticos, apontando melhorias e intervenções que poderiam ser realizadas de forma simplificada.
Na avaliação de Andrea Pontes, a iniciativa é importante para divulgar a acessibilidade das rotas. “Estamos trabalhando com o que temos. Não está sendo criado acesso novo. Mas as rotas para pessoas com mobilidade reduzida facilitam ao máximo o turismo”, pondera. Ela lembra que Brasília tem duas unidades da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação, referência no atendimento de vítimas de politraumatismos e problemas locomotores, que trazem um grande fluxo de pessoas com mobilidade reduzida à capital e que certamente poderão, desta forma, acessar os principais monumentos públicos da cidade.
Para Gentil Venâncio, a iniciativa chega em um momento oportuno da retomada do turismo e com potencial no mercado nacional, uma vez que foram priorizadas atrações já consolidadas em termos de acessibilidade. “É um projeto alinhado ao que a Embratur tem abraçado: é acessível, já está disponível e é possível de ser realizado e ampliado”, aponta. “É um momento histórico, uma vez que estamos estabelecendo um marco metodológico para implementar este projeto em todo território nacional, baseado nas experiências desta primeira rota em Brasília. Nossa responsabilidade para incluir os turistas com deficiência é maior do que nós podemos imaginar”, afirma.
Para o desenvolvimento e execução desse projeto foi instituído um Grupo de Trabalho composto por técnicos da Embratur, da Setur-DF e por representantes da UNA. O Governo do Distrito Federal tem outras iniciativas integradas para a acessibilidade no DF, como o programa DF Inclusivo, liderado pela secretária Extraordinária de Mobilidade de Pessoas com Deficiência, Rosinha da Adefal, que comemorou o lançamento do projeto. “Mesmo sem dar os passos com os pés, a união de forças em prol deste projeto vai resultar em uma grande caminhada”, disse.
A secretária, nascida em Alagoas, lembrou que teve dificuldades em acessar os equipamentos turísticos em sua chegada a Brasília. “Este primeiro passo é essencial para despertar o interesse ao superar esta falta de preparo para acolher o turista com deficiência”, garantiu.
A titular da pasta de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani destacou o papel inclusivo de Brasília enquanto capital e pioneira nesta rota acessível. “Falo hoje, acima de tudo, como cidadã. Temos 650 mil pessoas no Distrito Federal com algum tipo de deficiência e o que percebemos é que, com pequenas intervenções, grandes mudanças já são promovidas junto a estas pessoas, que merecem nossa atenção e respeito”, disse.
O Guia da Rota Arquitetônica de Turismo Acessível também poderá ser acompanhada pelo site da Setur-DF, pelo celular, por meio do Google Maps, onde todas as demarcações estarão disponíveis, ou ainda pelo folder de orientações que será disponibilizado na web e que poderá também ser impresso.’
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