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Aeroporto de Juazeiro do Norte é o único no Brasil em Geopark da UNESCO

Aeroporto de Juazeiro do Norte – Orlando Bezerra de Menezes, dentro do Geopark Araripe (CE) - Foto: Divulgação

O Aeroporto de Juazeiro do Norte – Orlando Bezerra de Menezes é o único do Brasil que fica dentro do território de um Geoparque da Unesco. Em 2023, já são 177 geoparques da Unesco pelo mundo, e o do Cariri cearense (o Geopark Araripe) foi o primeiro das américas e do hemisfério sul, contemplando uma área de aproximadamente 4 mil km² na região Sul do Ceará, incluindo onze geossítios em seis municípios cearenses da região metropolitana do Cariri: Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha – região conhecida como Crajubar – e ainda Missão Velha, Nova Olinda e Santana do Cariri.

Complexo Ambiental Mirante do Caldas – Foto: Diego Monteiro/Divulgação

Inserido nessa área, o aeroporto é porta de entrada para cientistas, pesquisadores e turistas, e também rota do retorno dos fósseis que foram retirados de forma irregular e que vêm sendo devolvidos à região, nos últimos anos, por outros países.

“Existe um diálogo com o Geopark para ampliar a parceria com o aeroporto, que é um grande ponto de interação das pessoas com esse rico acervo. O geoparque está montando uma exposição no saguão com fósseis e réplicas produzidas para divulgar essa riqueza arqueológica da cidade, já que muitos passageiros que chegam nem fazem ideia disso”, explica Jorge Odir, diretor do Aeroporto.

Geossítio Parque dos Pterossauros – Foto: Augusto-Pessoa

“O reconhecimento como geoparque, em 2006, conecta a diversidade paleontológica, ambiental, histórica e cultural existente no território caririense”, explica Eduardo Guimarães, professor da Universidade Regional do Cariri (URCA) e diretor executivo do Geopark Araripe. Atualmente são onze geossítios dentro do geoparque: Batateiras, Cachoeira de Missão Velha, Colina do Horto, Floresta Petrificada do Cariri, Parque dos Pterossauros, Pedra Cariri, Portal da Santa Cruz, Ponte de Pedra, Riacho do Meio, e os recém aprovados: Arajara e Mirante do Caldas, já em fase de implantação.

Em Missão Velha, por exemplo, tem a Floresta Petrificada, com araucárias fossilizadas de 150 milhões de anos. “Uma outra floresta petrificada de valor reconhecido é a de Lesbos, na Grécia, mas ela é muito menos antiga, tem 15 milhões de anos – esse é um dos três geossítios do Geopark que têm reconhecido valor internacional”, explica o professor.

Em Santana do Cariri, tem o Museu de Paleontologia da URCA. Além do acervo com vários grupos de fósseis de plantas, moluscos, insetos, artrópodes, peixes, anfíbios e répteis, incluindo crocodilos, dinossauros e pterossauros. O local recebe uma média de dois mil visitantes por mês e mantém projetos de escavações permanentes na região.

Foto: Divulgação

Fósseis, Aranhas e Dinossauros

“Tem fóssil daqui sendo vendido no mercado clandestino, e o fóssil é patrimônio da União. Temos aqui uma frente de repatriação que vem atuando para recuperar fósseis hoje alocados em países como França e Alemanha”, afirma o professor Eduardo. Um deles é o Ubirajara jubatus, do período Cretáceo, considerado um “ancestral” das aves, que tem sua viagem de volta – do Museu Estadual de História Natural de Karlsruhe para o Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, em Santana do Cariri, – sendo negociada com o governo da Alemanha. No museu, já está à mostra uma descoberta recente: o Kariridraco dianae, pterossauro de crista exuberante que viveu aqui há cem milhões de anos. “Uma universidade da França já entrou em contato para nos devolver 998 fósseis e a Universidade do Kansas já devolveu mais de 300, incluindo a da espécie de aranha batizada em homenagem à cantora Pabblo Vittar, a Cretapalpus vittari”, afirma Eduardo.

Foto: Divulgação

Aeroporto

É pelo aeroporto que chegam os fósseis repatriados e a comunidade científica interessada no assunto. Mas é também por ele que pode circular o tráfico dos objetos proibidos. Por essa razão, a equipe do Geopark mantém um diálogo próximo com os colaboradores do Aeroporto de Juazeiro do Norte, para orientar sobre como identificar os fósseis e garantir o manuseio e destinação corretos.

“A presença dos fósseis já é uma realidade no dia a dia aqui do aeroporto, porque nosso pessoal de segurança precisa avaliar a passagem deles para identificar se são réplicas autorizadas ou materiais autênticos, que são proibidos e precisam ser retidos para devolução ao Museu de Paleontologia. Poucos dias atrás tivemos uma tentativa de passar um fóssil e conseguimos barrar”, afirma Odir. Ele conta que a direção planeja reforçar o treinamento dos times.

Festas, Religião e Natureza

O carro chefe do turismo do local é sua paisagem, cultural e natural, identidade construída a partir da existência da Bacia Sedimentar do Araripe. Ainda destaca-se a Floresta Nacional do Araripe (Flona Araripe), a primeira oficialmente regulamentada do Brasil, em 1946. Isso atrai milhares de visitantes, de todas as partes.

Outros dois geossítios brevemente devem engrossar a lista, pois os trabalhos estão em andamento: o geossítio Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, que ficará dentro de uma área de conservação ambiental, e o Geossitio Santa Fé, onde o visitante terá contato com a riqueza arqueológica e mítica do Cariri.

Mas para manter o título de geoparque (renovável em ciclos de quatro anos), é preciso que a presença da espécie humana no território tenha um diferencial e seja documentada. Por isso as tradições populares locais têm muita importância, pois marcam a identidade da região. No Geopark Araripe, entre os itens reconhecidos, estão as romarias para Padre Cícero, em Juazeiro do Norte, que recebem mais de dois milhões de visitantes por ano, e a Festa do Pau da Bandeira de Santo Antônio, em Barbalha, também reconhecida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Além disso, há duas figuras religiosas passando por processo de santificação na área, o próprio Padre Cícero, que é o mais conhecido, e a Menina Benigna, que também atrai visitantes do turismo religioso.

Sobre Aena Brasil

A Aena Brasil é a marca registrada da companhia espanhola Aena, considerada pelo Conselho Internacional de Aeroportos a maior operadora aeroportuária do mundo, em número de passageiros. Desde o início de 2020, administra a concessão de seis aeroportos no Nordeste do Brasil e, em agosto de 2022, venceu a licitação de mais 11 aeroportos no País, entre eles o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. A Aena gere 46 aeroportos e dois heliportos na Espanha e, por meio de sua filial Aena Internacional, também administra 23 aeroportos em diversos países da Europa e das Américas. Entre eles, está Londres-Luton, no Reino Unido, do qual detém 51% do capital.

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