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Turismo sustentável começa com escolhas que respeitam o futuro

Sustentabilidade é o melhor roteiro - Imagem: IA gerada por Ale Lontra

Por Alessandra Lontra

Falar em turismo sustentável vai muito além de citar conceitos bonitos em relatórios ou discursos. É assumir um compromisso real com quatro pilares que, se bem compreendidos e aplicados, transformam a forma como viajamos e, principalmente, como recebemos. Ambiental, econômico, social e cultural: juntos, eles não são apenas diretrizes, são a espinha dorsal de uma atividade que respeita o tempo, as pessoas e os lugares.

O pilar ambiental é o que nos lembra que a paisagem não é um cenário descartável. Tratar rios, praias, trilhas e florestas como ativos a serem explorados sem cuidado é assinar a sentença de morte do próprio destino. Preservar não é opção, é condição. Um turista que entende isso escolhe experiências com baixo impacto, enquanto quem planeja e administra adota políticas para que o atrativo dure não uma temporada, mas gerações.

O pilar econômico revela que turismo não é esmola para comunidades, e sim engrenagem de prosperidade. A receita gerada deve circular localmente, fortalecendo pequenos negócios e estimulando cadeias produtivas que dependem de fornecedores da própria região. Turismo que enriquece apenas intermediários externos não é sustentável, é predatório.

O pilar social trata de gente. De reconhecer que moradores não são figurantes para a foto perfeita, mas protagonistas que têm direito à qualidade de vida, participação nas decisões e oportunidades reais. Sem inclusão social, o turismo pode se transformar em invasor, gerando conflitos e desigualdade em vez de integração e orgulho comunitário.

Por fim, o pilar cultural é aquele que garante que a identidade local não seja moldada para caber num pacote. Valorizar a língua, a música, a gastronomia, as festas, o artesanato e as histórias é permitir que a cultura continue viva, não congelada como peça de museu para agradar visitantes. Quando a autenticidade se perde, perde-se também o sentido de viajar.

Adotar os quatro pilares do turismo sustentável não é tarefa simples, mas é inevitável para quem quer que a atividade turística seja mais que um movimento passageiro. É preciso que viajantes, planejadores, empreendedores e comunidades olhem para o turismo como um ato político, ético e, sobretudo, humano.

O futuro do turismo não se constrói com slogans, mas com escolhas conscientes. E cada viagem, seja de quem parte ou de quem recebe, pode ser uma declaração de qual futuro queremos: o da exploração efêmera ou o da permanência responsável.

Alessandra Lontra é jornalista multimídia especializada em Turismo, mercadóloga e turismóloga provisionada pela ABBTUR. Com mais de 40 anos de atuação estratégica, é referência nacional em inovação no setor, com forte atuação em governança, roteirização, comunicação digital e inteligência artificial aplicada ao turismo. Lidera o portal Ale Lontra – Notícias em Movimento para um Turismo Além do Óbvio

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