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ArtigoTurismo Regenerativo

Turismo regenerativo é futuro que começa hoje

Regenerar hoje para manter o futuro vivo - Imagem: IA, criada por Ale Lontra

por Alessandra Lontra

O turismo chegou a um ponto de virada. Durante décadas, muitos destinos foram embalados como vitrines impecáveis, vendidos em campanhas brilhantes e planejados para gerar resultados rápidos. Mas a realidade se impôs. Crises climáticas, desgaste ambiental, comunidades invisibilizadas e a obsessão por números de curto prazo revelaram que esse modelo de crescimento a qualquer custo perdeu validade.

Neste cenário, o turismo regenerativo não é moda passageira nem recurso de marketing. É um chamado urgente para rever a maneira como planejamos, investimos e vivemos as viagens. Regenerar significa trocar a lógica da exploração pela da reciprocidade. É enxergar a paisagem, a cultura e as pessoas como parte de um sistema vivo, e não como produtos prontos para serem consumidos. Cada decisão, da criação de um roteiro à implementação de políticas públicas, precisa nascer de diálogo verdadeiro e de compromisso coletivo com o futuro.

Essa transformação pede mais do que tecnologia ou campanhas emocionantes. Pede coragem. Coragem para enfrentar conflitos, negociar interesses divergentes, superar disputas de poder e expor lacunas que muitos preferem esconder. Sem essa disposição, nenhuma lei, investimento ou case de sucesso se sustenta. Regenerar é priorizar essência antes de aparência, é devolver vitalidade a ecossistemas e comunidades, mesmo que isso signifique frear o ritmo de exploração ou mudar modelos de negócio.

Em destinos que abraçam a regeneração, o crescimento econômico deixa de ser meta isolada para se tornar consequência de escolhas conscientes. A cultura local não é figurino para turista, é energia criativa que inspira inovação e fortalece identidades. Visitantes não apenas consomem experiências, eles participam de histórias que os transformam. As comunidades deixam de ser coadjuvantes e assumem o papel de protagonistas, decidindo o que mostrar, como receber e para onde avançar.

A pergunta que ecoa é direta e inevitável. Queremos territórios que brilham apenas enquanto duram as campanhas ou destinos que permanecem vivos quando os holofotes se apagam? O turismo regenerativo não oferece fórmulas prontas. Ele exige presença, consciência e ação imediata. Regenerar é escolher hoje o caminho que permitirá que o amanhã exista, e floresça.

Alessandra Lontra é jornalista multimídia especializada em Turismo, mercadóloga e turismóloga provisionada pela ABBTUR. Com mais de 40 anos de atuação estratégica, é referência nacional em inovação no setor, com forte atuação em governança, roteirização, comunicação digital e inteligência artificial aplicada ao turismo. Lidera o portal Ale Lontra – Notícias em Movimento para um Turismo Além do Óbvio. www.alelontra.com.br.

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