Iniciativa prevê reflorestamento 3,5 vezes maior que a área utilizada pelos empreendimentos do Polo
O Governo da Paraíba lançou, nesta quarta-feira (19), o Projeto Raízes do Polo, um programa de compensação ambiental voluntária que vai triplicar a reposição da vegetação suprimida pelos empreendimentos do Polo Turístico Cabo Branco. A iniciativa foi oficializada por meio de um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre a Cinep, o Ministério Público Federal (MPF/PB), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Prefeitura de João Pessoa e as empresas integrantes do Polo, marcando uma articulação inédita entre instituições públicas e setor produtivo.
Com investimento de R$ 7 milhões, sendo R$ 5 milhões da Cinep e R$ 2 milhões das empresas instaladas no Polo, o projeto prevê o plantio de mais de 1.400 árvores nativas adultas, com alturas entre quatro e nove metros, em parques, praças, canteiros e áreas urbanas de João Pessoa. A iniciativa inclui ainda o reflorestamento de 27 hectares em áreas degradadas, priorizando matas ciliares e fragmentos da Mata Atlântica.
Com o lançamento do programa, a Paraíba se torna o primeiro estado do Brasil a implementar uma ação alinhada ao Plano Nacional de Arborização Urbana (PlaNAU), apresentado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima durante a COP 30. O plano orienta os municípios no aumento da cobertura vegetal urbana, na criação de corredores ecológicos e na recuperação de áreas degradadas, com foco na adaptação climática e justiça ambiental.
“Alinhar a Paraíba ao PlaNAU reforça nosso compromisso com cidades mais verdes, resilientes e preparadas para os desafios climáticos”, afirmou Rômulo Polari, diretor-presidente da Cinep. “Esse programa demonstra que desenvolvimento e responsabilidade ambiental podem caminhar juntos, com possibilidade de execução já em janeiro de 2026.”
Ações abrangem mais de 50 áreas e seguem quatro fases de execução
O Projeto Raízes do Polo será desenvolvido em quatro etapas: elaboração do projeto executivo, plantio, manutenção e monitoramento. As ações abrangem 51 áreas em João Pessoa e no município de Ingá, incluindo o Sítio Arqueológico Itacoatiara do Ingá, um dos patrimônios históricos mais relevantes da Paraíba.
O procurador da República Renan Paes destacou o impacto positivo do acordo: “O objetivo é reflorestamento e arborização em áreas definidas tecnicamente. Na COP 30, o Governo Federal lançou o PlaNAU e a Paraíba já se destaca como um dos primeiros estados com projeto executivo estruturado dentro dessas diretrizes.”
Para o superintendente do Iphan na Paraíba, Emanuel Oliveira Braga, o programa reforça a identidade ambiental e histórica da capital: “Vamos resgatar uma antiga vocação do Centro Histórico de João Pessoa, devolvendo sombra, conforto e qualidade ambiental. Esse projeto tem potencial para transformar a experiência de viver e circular pela cidade.”
A Prefeitura de João Pessoa, por meio da Semam, fornecerá apoio operacional e será responsável pela manutenção das áreas urbanas contempladas. A coordenação geral do programa permanece com a Cinep, enquanto o MPF exerce papel de fiscalização. As empresas do Polo atuarão como coparticipantes e financiadoras, responsáveis pela elaboração dos projetos executivos, pelo plantio e pela manutenção inicial das áreas reflorestadas.
Setor privado reforça compromisso com o futuro ambiental da Paraíba
Após as manifestações das instituições públicas, o setor privado destacou sua participação no pacto ambiental. Para André Penazzi, fundador e CEO do Grupo Setai, o programa representa um avanço coletivo: “É muito bonito ver todos os órgãos competentes dialogando em prol de uma causa que beneficia toda a população. Fico feliz em contribuir para que a Paraíba continue sendo referência entre os estados mais verdes do Brasil.”
Projeto consolida liderança da Paraíba em sustentabilidade
A assinatura do acordo posiciona a Paraíba como referência nacional em preservação ambiental, promovendo uma ação integrada que une reflorestamento, valorização cultural e desenvolvimento econômico. O Projeto Raízes do Polo se firma como um marco na política ambiental do estado, mostrando que é possível crescer com responsabilidade e preparar o território para um futuro mais sustentável.
Alessandra Lontra


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