Com 600 metros de comprimento, sistema flutuante holandês promete revolucionar o combate à poluição marinha usando apenas energia natural
O oceano tem um novo e poderoso aliado na luta contra a poluição, e ele mede nada menos que 600 metros de comprimento. Trata-se de um sistema flutuante inovador, criado por engenheiros holandeses, capaz de capturar toneladas de resíduos sem usar combustível. Movido pelas correntes naturais, energia solar e o próprio ritmo das ondas, o “aspirador oceânico” já está mostrando resultados impressionantes na limpeza dos mares.
O projeto faz parte das iniciativas da organização The Ocean Cleanup, referência mundial em tecnologias voltadas à recuperação de ecossistemas aquáticos. Fundada pelo jovem inventor holandês Boyan Slat, a entidade tem como missão retirar o plástico dos oceanos e rios utilizando soluções sustentáveis e escaláveis. O aspirador flutuante de 600 metros é uma de suas maiores criações, uma barreira passiva que se desloca com as correntes, retendo desde redes de pesca abandonadas até microplásticos quase invisíveis, e os conduz a pontos de coleta para reciclagem ou descarte seguro.
O funcionamento é simples e brilhante. Enquanto se move com o oceano, o sistema canaliza os detritos para uma espécie de “bolsa de retenção”, que depois é esvaziada em navios de apoio. O resultado é uma operação limpa, silenciosa e sem impacto direto na fauna marinha. Totalmente alimentado por energia natural, o aspirador é considerado o maior equipamento autossustentável de limpeza oceânica já construído.
Os primeiros testes do aspirador flutuante mostram resultados animadores. Em poucas semanas de operação, o sistema conseguiu coletar grandes volumes de plástico em áreas críticas do Pacífico, apontando para um futuro mais limpo e promissor. Segundo especialistas, o impacto é duplo: remove o que já está no mar e chama a atenção do mundo para a urgência da causa ambiental.
Mais do que uma máquina, o aspirador representa uma nova era no relacionamento entre tecnologia e natureza, uma em que a inovação se move com o mar, e não contra ele. “Estamos usando a força do próprio oceano para curar o oceano”, afirma Boyan Slat, fundador da The Ocean Cleanup.
Com mais de 150 milhões de toneladas de plástico flutuando nos mares, a criação desses aspiradores flutuantes reacende a esperança de um futuro mais azul. E mostra que, quando a ciência se alia à consciência, até o impossível pode ser limpo.
Alessandra Lontra