Depois de 5 anos sob administração privada, a TAP Air Portugal volta a ser uma empresa estatal
A decisão foi tomada hoje em Lisboa e deve abrir caminho para a concessão de um empréstimo de 1,2 bilhão de euros (cerca de R$ 7,2 bilhões).
Em 2015 o grupo Atlantic Gateway, capitaneado por David Neeleman, saiu vencedor do leilão da TAP, ficando com 45% da empresa. Sob a gestão do grupo a companhia portuguesa experimentou uma verdadeira transformação, com atualização expressiva do seu produto.
O Estado português reteve 50% de participação na empresa, enquanto 5% pertencem aos funcionários da TAP.
Com a recente crise mundial causada pelo Covid-19, a TAP, como outras tantas empresas, viu-se na necessidade de buscar empréstimos para poder honrar seus compromissos. O governo português acenou com um empréstimo bilionário. Porém, em razão das condições impostas para concessão, o mesmo foi rejeitado pelo Conselho de Administração da TAP.
Diante do impasse, a ruptura era inevitável, embora não fosse certo se seria consensual ou litigiosa. Hoje saiu o resultado do divórcio: David Neeleman, fundador da Azul, está fora da empresa portuguesa.
Na partilha de bens o Estado irá assumir mais 22,50% do capital da empresa, totalizando 72,5%. Os outros 22,5% ficarão com Humberto Pedrosa, sócio português do consórcio Atlantic Gateway. Os 5% restantes continuam com os trabalhadores.
Ficou também acertado que Neeleman irá transferir 85% da sua participação para Pedrosa, recebendo em troca 55 milhões de euros. Embora tudo pareça definido, o acordo ainda não foi assinado.
Com a negociação é esperado que o Governo injete 1,2 bilhão de euros na TAP. Inicialmente seriam liberados 250 milhões de euros para o pagamento de salários de funcionários e quitar dívidas com fornecedores.
Torcemos muito pelo futuro da TAP, que é a empresa estrangeira com maior número de cidades brasileiras atendidas com voos diretos para Portugal e conexões.
MD Com informações do jornal Observador.