por Regina Amorin,
Ganhei de Fernando Moura, presidente da Fundação Casa de José Américo, o livro sobre “A Paraíba e seus Problemas”, de José Américo de Almeida, uma obra da segunda década do século XX, mas ainda tão presente na História da Paraíba.
Lembro que ao receber esse valioso presente, já imaginei como transformar os problemas da Paraíba em oportunidades. E nada melhor que ler o passado e buscar estratégias e soluções no presente, que nos indique oportunidades de negócio e de inovação, processos e produtos que devem ser aperfeiçoados.
Sim, devemos procurar os problemas e não fugir deles. Só quem consegue fazer mais com menos, é capaz de assegurar uma nova realidade presente. E assim José Américo fez em 1930, quando no poder. Ele enxergou a oportunidade de expandir as ideias políticas que garantiam uma nova visão mais estruturante, mesmo considerando a distância da Paraíba e do Poder Nacional, a inexistência de porto marítimo, a escassez de recursos hidráulicos, de saneamento e os problemas sociais da época. A tecnologia da internet só foi criada décadas depois, e o Brasil só teve o início de seu acesso à rede, em 1988.
Erros nos levam por caminhos diferentes e desconhecidos que talvez ninguém tenha percorrido antes. Pense na Paraíba de 1930, distante a quilômetros de grandes centros urbanos, castigada por secas, escassez de recursos, falta de empregos e crise política. “Quanto maior a ameaça, maiores os incentivos para inovar”.
A Paraíba em 2025, apresenta-se como o Estado mais competitivo do Nordeste, pelo segundo ano consecutivo. Os indicadores do Centro de Liderança Pública (CLP) apontam a Paraíba em um excelente momento de desenvolvimento econômico. Um salto qualitativo e histórico, que reflete o território paraibano cada vez mais competitivo, que atrai investimentos, gera empregos, oportunidades de negócio e impulsiona a economia local.
Sempre que vemos o impossível se tornar possível, estamos utilizando as habilidades mais significativas para gerar resultados, através da motivação, da criatividade e do aprendizado.
O mundo está carente de coragem, diferenciação e propósito, por isso, quanto mais autenticidade e mais criatividade para sair do lugar-comum, mais oportunidades podem ser transformadas em vantagens competitivas. E vendo a Paraíba pelos olhos do historiógrafo José Honório Rodrigues, em seu livro Aspirações Nacionais (1963), ele enfatiza com coerência, a personalidade do paraibano, as suas virtudes, coragem, ousadia e a sua inteligência. A história escrita da Paraíba deve ter valor permanente e a clara consciência do seu propósito. As diferenças regionais são comuns em um país continental, como o Brasil, desde as formas de povoamento, as etnias, as variações climáticas a geologia e a geografia.
Entretanto, é preciso compreender que o século 21 é o século da colaboração, do fazer juntos, por uma Paraíba melhor. Ter clareza dos caminhos que devemos seguir, reconhecendo e inspirando-se nos paraibanos notáveis que contribuíram para a evolução da Paraíba, no cenário do Nordeste e no cenário nacional.
Em 2030, como as maiores tendências vão confrontar-se com o futuro que desejamos para o nosso Estado e o nosso País? Essa será uma nova realidade desnorteadora para o futuro dos negócios, dos trabalhadores e consumidores, que serão afetados pelas mudanças que estão por vir. Precisamos nos preparar para as oportunidades e os desafios que virão. Para a maioria das pessoas as tendências são preocupantes e complexas. É importante compreender que todo fim significa o surgimento de uma nova realidade, repleta de oportunidades. Em 2030 a população mais numerosa será acima de 60 anos, que hoje possui maior renda do mercado consumidor. Cabe às micro e pequenas empresas redirecionarem seus negócios para a geração 60+ se desejarem ser relevantes no mercado.
As tecnologias proporcionam estilos de vida diferentes, novas maneiras de pensar e se envolver com as alternativas. As inovações ocorrem quando as regras são ignoradas e a criatividade passa a ser prioridade. Na verdade, precisamos enxergar o mundo, em 2030, com mente e olhos abertos para o novo. Somente assim poderemos escrever “A História da Paraíba e suas Oportunidades”.

Regina Medeiros Amorim
Mestre em Visão Territorial e Sustentável do Desenvolvimento,
Pós-graduada em Gestão e Marketing do Turismo,
Gestora de Turismo e Economia Criativa do SEBRAE – Paraíba