Prefeitura e Atura discutem projeto que transforma a ave símbolo do Nordeste em patrimônio natural e identitário do município
A Associação de Turismo Rural e Cultural de Areia (Atura) apresentou à Prefeitura o projeto que propõe a oficialização do pássaro-pintor verdadeiro (Tangara fastuosa) como mascote e símbolo oficial da cidade. A iniciativa, que une arte, natureza e história, tem como objetivo reconhecer a ave como patrimônio natural e identitário de Areia, reforçando a imagem do município como território de cultura e sustentabilidade.
A proposta tem base em uma pesquisa científica conduzida pelo professor doutor Helder Farias de Araújo, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que comprova a presença marcante da espécie no território areiense. Dos 440 registros da ave na Paraíba, 435 ocorreram em Areia, o que faz do município um dos principais refúgios do Tangara fastuosa no Nordeste.
Conhecido popularmente como pintor-verdadeiro, saíra-pintor ou sete-cores-do-Nordeste, o pássaro é endêmico e ameaçado de extinção, representando um símbolo de biodiversidade e conservação ambiental. O nome popular da espécie também dialoga com a herança artística de Areia, cidade natal do pintor Pedro Américo, autor de O Grito do Ipiranga, um “verdadeiro pintor” das cores e da história do Brasil.
Na tarde do dia (16) de outubro, representantes da Atura se reuniram com a prefeita Sílvia Farias da Cunha Lima e com membros da gestão municipal, na sala de reuniões da Secretaria de Educação, para discutir os desdobramentos do projeto. Estiveram presentes o secretário de Cultura e Turismo Rinaldo Bandeira, o secretário de Educação Nielson Albuquerque, a coordenadora geral de Educação Janaína Azevedo, o secretário adjunto de Cultura Joseph Silva e o coordenador da Área de Artes Randamés Rocha.
O presidente da Atura, professor Leonaldo Alves de Andrade, destacou que o reconhecimento do pássaro-pintor é um gesto simbólico e estratégico. “O pintor-verdadeiro é um retrato vivo da nossa fauna e da alma artística de Areia. Torná-lo mascote é reconhecer nossa identidade, valorizar nossa natureza e reforçar o compromisso com um turismo sustentável”, afirmou.
A prefeita Sílvia Farias elogiou a pesquisa apresentada e reconheceu o potencial da proposta. “Recebi com entusiasmo o projeto e a pesquisa elaborada pelos professores Helder Farias e Leonaldo Andrade. O pássaro-pintor é uma das expressões mais belas da nossa fauna e pode se tornar um importante produto turístico. O turismo de observação de aves é um segmento em crescimento, capaz de gerar emprego, renda e sustentabilidade”, destacou.
Ficou definido que serão elaboradas duas minutas de lei a serem encaminhadas à Câmara Municipal, com vistas ao aniversário de Areia em 2026: uma reconhecendo o município como Terra da Cultura Paraibana, instituindo Pedro Américo como símbolo cultural, e outra oficializando o pássaro-pintor verdadeiro como mascote do patrimônio natural do município.
A Atura ressalta que a aprovação da lei é um passo natural e necessário para consolidar políticas de valorização do patrimônio ambiental e cultural de Areia. A ave poderá integrar ações educativas, campanhas turísticas, produtos artesanais, sinalização urbana e eventos culturais, fortalecendo a conexão entre arte, natureza e desenvolvimento sustentável.
“O pássaro-pintor verdadeiro já é o símbolo vivo de Areia, falta apenas o reconhecimento oficial”, concluiu Leonaldo Andrade.
Com base científica, propósito cultural e relevância ambiental, o projeto representa um marco para o futuro de Areia. Sua oficialização como símbolo municipal é mais que uma homenagem à fauna local, é um ato de identidade e pertencimento, que reafirma o compromisso da cidade com a arte, a natureza e a sustentabilidade.
Alessandra Lontra *Com informações da Ascom da Atura